Grávidas que bebem leite orgânico podem prejudicar o QI do bebé
As mulheres que bebem leite orgânico durante a gravidez arriscam-se a prejudicar o desenvolvimento do cérebro do bebé. A falta de iodo – encontrado no leite, iogurte e óleo de peixe, mas nem tanto no leite orgânico – afecta o QI da criança, segundo apurou um novo – e polémico, claro – estudo.
Os bebés filhos de mulheres que apresentam défices do mineral são 60% mais propensos a ter um QI baixo e uma capacidade de leitura deficiente, entre os oito e os nove anos de idade, afirmam os investigadores.
O iodo é essencial para o desenvolvimento do cérebro do feto. A substância ajuda a desenvolver as hormonas produzidas pela glândula tireóide, que têm um efeito directo no desenvolvimento fetal. Um défice severo de iodo pode mesmo levar ao cretinismo, um atraso mental.
Embora o leite e os produtos lácteos sejam boas fontes de iodo, os especialistas temem que muitas mulheres grávidas os evitem em busca de uma dieta com baixo teor de gordura.
Os investigadores das Universidades de Surrey e Bristol, em Inglaterra, mediram o iodo em amostras de urina recolhidas nos primeiros três meses de gravidez de 1.040 mulheres – em dois terços da amostra foram detectados défices da substância. Em regra, estas crianças vão estar significativamente mais predispostas a ter baixo QI verbal, tal como precisão e compreensão de leitura, do que aquelas cujas mães obedeceram aos níveis recomendados internacionalmente.
A mensagem veiculada por Margaret Rayman, que liderou este projecto, é a de que as mulheres precisam aumentar a sua ingestão de iodo. E advertiu as grávidas a não tomarem suplementos de algas, pois estes, por sua vez, podem conter níveis excessivos de iodo, o que também pode ser prejudicial.
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