Grécia: hotel abandonado é habitado por centenas de famílias refugiadas



Uma rede de académicos, activistas e outros cidadãos gregos estão a encaminhar refugiados para um hotel abandonado há não muito tempo na baixa de Atenas, naquele país. Com sete andares, o City Plaza já alberga, com alguma limpeza e comodidade, 400 refugiados, estando perto da sua capacidade máxima.

Segundo o Irin, todos têm acesso a refeições regulares e actividades para as crianças desde Abril, data em que o local foi “tomado” pelo grupo de cidadãos solidários, sendo que o próximo passo é integrar muitos destes refugiados na sociedade grega – ajudando os homens a encontrarem empregos e os jovens a frequentar e escola.

“Somos a favor das fronteiras abertas e livre circulação de refugiados por toda a Europa. Mas também estamos a dizer [com esta acção] que, se eles estão aqui encurralados, são bem-vindos e vamos ajudá-los a viver em condições humanas, com dignidade”, explicou um dos organizadores da iniciativa, o jornalista Yiannis Andrulidakis – ele próprio filho de um refugiado.

Todos os hóspedes jantam na sala de jantar do Plaza e, entre várias línguas – grego, inglês, árabe e persa -, são decididas as tarefas semanais de cada uma das famílias: quem limpa, cozinha ou faz as patrulhas de segurança.

Nesrine, uma antiga professora de inglês de Aleppo, na Síria, está com o filho de dois anos no City Plaza, à espera do reencontro com o marido que se encontra na Alemanha e que viajou numa altura em que as fronteiras ainda estavam abertas.

“Estamos à espera para ser humanos. Agora somos números. Mas estes tipos fizeram um fantástico projecto”, explicou à Irin Nesrine. “Os gregos são boas pessoas; talvez porque percebam que é a pobreza e a guerra. Eles viveram, durante muito tempo, os dias que nós estamos hoje a viver. Os refugiados gregos até foram para Aleppo há 100 anos”, concluiu a refugiada.

Foto: Ann Wuyts / Creative Commons





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