Green Project Awards debate a coabitação entre turistas e habitantes nas cidades.
“O crescimento sustentável é complicado. A cidade pode ter turistas, mas os turistas não podem ter a cidade”. Quem o afirma é Doug Lansky, que conta com mais de 120 viagens feitas, três guias Lonely Planet e três Rough Guides, um dos maiores especialistas internacionais em viagens e turismo. E manter os habitantes nas cidades foi, de facto, um dos temas quentes em debate no primeiro ciclo de conferências Green Project Awards 2017, realizado em Évora. Em linha, aliás, com o que tem vindo a ser debatido neste Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, uma iniciativa promovida pela Organização Mundial do Turismo, uma agência das Nações Unidas.
A sua coordenadora, Cordula Wohlmuther, deixou claro na sua intervenção que estão a ser “adoptadas várias atitudes para tornar o turismo mais sustentável”, uma vez que este “é um sector muito importante para as economias” que “cria riqueza, desenvolvimento e paz”. Nesse sentido, pediu “o apoio” de todos os sectores e também que trabalhem de forma coordenada e conjunta.
Foi o que fizerem várias entidades portuguesas presentes, como a TourismForAll, Biosphere Turismo Responsável Portugal, Natura.PT ou GreenStays, que mostram casos de sucesso ao nível da mobilidade sustentável e da inclusão social.
Por seu turno, os directores das entidades regionais de turismo da Região do Porto e do Norte de Portugal, de Lisboa, do Alentejo e do Algarve alertaram também as várias entidades com responsabilidades no ordenamento do território, do ambiente e do turismo, para trabalharem em conjunto com o objectivo de preservar a sustentabilidade dos destinos. Para além disso, foi também debatida a necessidade de os destinos pensarem o turismo não só para a época alta, criando ofertas de modo a diminuir os efeitos da sazonalidade.
Afinal de contas, como resumiu Sérgio Guerreiro, director coordenador da Direcção de Gestão do Conhecimento do Turismo de Portugal, a sustentabilidade é um dos maiores desafios da indústria do turismo, um factor que “será no futuro o critério de escolha dos turistas”.