Gronelândia está a derreter mais depressa do que se esperava
Jason Box, especialista no território da Gronelândia, tem revelado uma incrível capacidade de prever o derretimento de pedaços de gelo gigantescos na ilha. Agora, ele estima que cidades como Hamburgo, Xangai ou Filadélfia estejam completamente inundadas por volta do ano 2200, caso nada seja feito. Isto porque a Gronelândia está a derreter mais depressa do que se previa.
Há alguns anos, Box previu a ruptura de um pedaço de gelo do Petermann Glacier, com um tamanho correspondente a quatro vezes o bairro de Manhattan. Em Fevereiro de 2012, ele previu também que, dentro de uma década de aquecimento global, a superfície da camada da “ilha de gelo” estaria derretida – facto que se registou logo no seguinte mês de Julho.
Box considera que estamos perante sinais do “início do fim para a camada de gelo”. E não faz rodeios quando se trata de atribuir a causa destes fenómenos à acção dos seres humanos e dos seus combustíveis fósseis.
Medidas profundas têm de ser tomadas – algo significativo o suficiente para dar início a uma refrigeração da Gronelândia, mudando o seu “balanço de massa” de gelo perdido para gelo ganho, mais uma vez. Isto exigirá uma reversão da mudança climática global, dentro de um prazo cada vez menor.
Recentemente, Box deu também conta de um processo que ocorre no topo da camada de gelo, na sua superfície. A fuligem proveniente de incêndios globais viaja, deposita-se no gelo e essas partículas escuras absorvem luz solar adicional. No âmbito do projecto Dark Snow, Box e os seus colegas querem realizar uma expedição para recolher amostras de gelo em altas altitudes e determinar de que forma a fuligem de incêndios globais está também a ampliar o derretimento do território.
Para já, sabe-se que a Gronelândia não está apenas a derreter – está a derreter mais depressa do que todos esperavam, incluindo a maioria dos cientistas. O nível de elevação do mar, ao longo dos próximos séculos, poderá devastar megacidades costeiras. Box reforça: “Não há dúvidas de que, se o clima continuar como em 2012, a Gronelândia desaparece”.