Guarani: tribo brasileira tem a taxa de suicídio mais elevada do mundo
Um novo estudo revela que uma tribo brasileira sofre da mais elevada taxa de suicídio em todo mundo. Em 2013, pelo menos 72 membros da tribo Guarani cometeram suicídio (o equivalente a 232 por 100.000 habitantes), uma taxa que triplicou ao longo das duas últimas décadas. A maioria das vítimas tem entre 15 e 30 anos.
Os Guarani, que vivem numa região que tem as principais terras agrícolas do sul do Brasil, perderam grande parte do seu território natural para pastagens de gado, fazendas e plantações de cana-de-açúcar. Frequentemente, os líderes da tribo são atacados e assassinados. Privados da sua própria terra, esta tribo vive agora em condições precárias à beira de estradas ou em reservas sobrelotadas, onde o alcoolismo, doenças, violência e suicídios são abundantes.
“Não há futuro, não há respeito, não há trabalho e não há terra onde possamos cultivar e viver. Eles escolhem morrer porque, na verdade, já estão mortos no seu interior”, afirma um dos membros da tribo, citado pela International Survival.
Segundo a ONG, a Coca-Cola, um principais patrocinadores do Mundial, está envolvida na perda de terra desta tribo, uma vez que adquire açúcar à norte-americana Bunge – que por sua vez compra açúcar de cana produzido nas terras que foram retiradas aos Guarani.
Os elementos da tribo enviaram já uma carta à Coca-Cola onde pedem à marca que considere o sofrimento por que estão a passar. “Pedimos à Coca-Cola para considerar o nosso sofrimento. Queremos que a Coca-Cola esteja do nosso lado e sinta a nossa dor e sofrimento porque o açúcar de cana está a estruir toda a esperança futura para as nossas crianças. Pedimos à Coca-Cola que para de comprar açúcar à Bunge”, explicou um elemento da tribo.