Guimarães pede a cidadãos que fiscalizem a poluição



A Câmara Municipal de Guimarães (CMG) quer fazer dos cidadãos agentes fiscalizadores do rio Ave e de todas as linhas de água do concelho e irá disponibilizar no site do município instruções para “boas denúncias”. Na morada online da autarquia estarão disponíveis os contactos das entidades fiscalizadoras para as quais os cidadãos devem ligar para a denúncia de descargas poluentes, tendo em conta a natureza do atentado.

“De acordo com a natureza do acidente ou incidente, os cidadãos irão saber qual a entidade fiscalizadora que devem contactar. O objectivo é que os cidadãos possam fazer boas denúncias para o bem comum”, explicou o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, após mais uma reunião de acompanhamento do Plano de Acção de Combate à Poluição do rio Ave.

À Rádio Universitário do Minho (RUM), o presidente da Câmara de Guimarães reafirmou a “determinação” do município em pôr fim às descargas poluentes, afirmando que “a acção das entidades será pedagógica mas também coerciva”.  “Actuar-se-á pedagogicamente, com sensibilização, tolerância, mas apenas se houver boas intenções”, rematou Domingos Bragança. O autarca lembrou que o município quer “todos envolvidos neste projecto e ambição de ter um território ambientalmente sustentável”.

O plano que será extensivo ao rio Selho, Couros, ribeira de Nespereira, outros ribeiros e pequenas linhas de água, de acordo com o autarca que quer, por isso, contar com a contribuição de todos os presidentes de Junta.

Mas a luta contra a poluição não fica por aqui. Na sequência da reunião de acompanhamento do Plano de Acção de Combate à Poluição do rio Ave, a empresa intermunicipal VIMAGUA, pela voz do presidente do conselho de administração, anunciou que está a desenvolver acções de fiscalização em prédios particulares, no sentido de descobrir onde há pontos de contacto entre redes de águas residuais e pluviais.

Armindo Costa e Silva explicou que os pontos de contacto entre as redes de drenagem de águas pluviais e residuais são “críticos”. “Nesses pontos é possível haver o transvase das pluviais para as residuais e vice-versa. A VIMÁGUA está, por isso, a desenvolver um trabalho de fiscalização dos prédios, no sentido de determinar aqueles que ligaram as suas águas pluviais à rede de águas residuais. Numa freguesia concreta da cidade já identificámos mais de 200 prédios cujas águas pluviais estão ligadas à rede de aguas residuais”, revelou.

Mas há ainda mais uma razão para o transvase, de acordo com Armindo Costa e Silva, e deve-se à “utilização indevida da rede de saneamento”. “Os transvases acontecem por dois motivos. O primeiro é haver excesso de águas de chuva na rede de águas residuais;  o segundo é o facto de muitos dos utilizadores colocarem na sanita têxteis, fraldas de crianças e de adultos, gravatas, sacos de batata, copos de plástico. As pessoas têm que ter consciência que a rede de saneamento não é um camião do lixo”, alertou o responsável.

Foto: sarahkassim / Creative Commons





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