Há cada vez mais investimento em sustentabilidade: desde o começo do ano, o número de investidores cresceu 50%

Há cada vez mais pessoas a investir na sustentabilidade: desde janeiro, a plataforma da GoParity apresenta um investimento médio mensal de perto de meio milhão de euros, que é assegurado pelos quase 14 mil utilizadores da GoParity, número que cresceu 50% face ao ano anterior. Foi no mês de abril que o pico foi atingido, com 616 mil euros investidos, seguindo-se o mês de agosto, com 570 mil euros investidos

Há 65 nacionalidades entre os perfis, mas as que representam a maior fatia são a nacionalidade portuguesa, a espanhola, a italiana, a brasileira e a holandesa. À data, os investidores já receberam de volta mais de 1,8 milhões de euros.

Na GoParity já foram financiados 111 projetos de sustentabilidade que contribuem para os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, cerca de 40% destes em 2021. A destacar está a Oceano Fresco, o primeiro viveiro de amêijoas em mar aberto do mundo, que foi financiado com mais de um milhão de euros pelos utilizadores (número que irá crescer em 2021); um conjunto de quatro cooperativas de produtos lácteos no Uganda, que se financiaram em 220 mil euros; mais de 700 mil euros para pequenos produtores de café e cacau no Peru e Uganda; e a Recap, uma empresa sueca com centrais solares fotovoltaicas no Brasil e na Colômbia, que angariou mais de 350 mil euros, contando financiar-se nos próximos seis meses até um total de dois milhões de euros através da plataforma portuguesa.

Nuno Brito Jorge, CEO e cofundador da GoParity, refere que “existe um antes e um depois do embate da pandemia. Apesar de tudo o que trouxe de mau, mudou para melhor a forma como nos relacionamos (e o valor que damos) uns com os outros e com o planeta em que vivemos. Na GoParity há uma grande proximidade e transparência entre a comunidade de investidores e os projetos que financiam. Isso faz com que saibam sempre onde foi usado o dinheiro investido. A proximidade e materialização do impacto social e ambiental que o investimento realizado tem, que não é possível em investimentos na bolsa ou noutras aplicações financeiras, é muito importante e diferenciadora. Foi também isto que fez com que tivéssemos sido tão bem sucedidos a lidar com a pandemia.”

A crescente consciencialização da emergência climática e da forma como nos comportamos e consumimos, acentuados pela pandemia, também veio acelerar o crescimento da GoParity. “A ação individual, a forma como usamos o nosso dinheiro, as nossas decisões de consumo podem moldar o sistema. A mudança está a acontecer, desde a educação, ao que comemos e vestimos. As finanças sustentáveis são um dos veículos dessa mudança.”, esclarece Nuno Brito Jorge.

Os projetos financiados na plataforma evitam a emissão de 21 mil toneladas de dióxido de carbono todos os anos, o equivalente à capacidade de absorção de um milhão de árvores, e impactaram positivamente 52 mil pessoas em nove países do mundo.

Em prospetiva, a GoParity espera atingir os 10 milhões de euros em investimento sustentável até ao final do ano e voltar a duplicar o valor nos primeiros seis meses do próximo ano. Quanto ao número de investidores, espera-se ver a comunidade a crescer para os 20 mil investidores até ao final do ano.

Também para o último trimestre do ano, a plataforma pretende apostar numa nova versão da aplicação móvel, em garantir maior acesso a financiamento a empresas do terceiro setor e ainda trazer mais empresas para o lado verde das finanças e investimento. “Estamos a desenvolver novos produtos para empresas que prometem benefícios tripartidos entre os colaboradores, ambiente e as próprias empresas, como a compensação carbónica e incentivos para atração e retenção de talento”, revela o CEO.

A GoParity, licenciada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), tem como missão democratizar e desburocratizar o acesso de projetos ao financiamento, bem como o acesso da sociedade civil a um investimento alternativo e sustentável, permitindo carteiras a partir dos 20 euros. Já foram investidos projetos em áreas tão diversas como instalação de painéis fotovoltaicos, turismo sustentável, mobilidade elétrica, moda sustentável, economia circular e indústria do mar.