Helena Martins Gonçalves, ISEG: “Vamos incluir o empreendedorismo [na pós-graduação]”



Há dois anos que o ISEG prepara os alunos da sua Pós-Graduação em Gestão de Sustentabilidade para novos contextos profissionais e desafios pessoais: desde a promoção para novas funções dentro de uma empresa, outras responsabilidades no mesmo cargo ou, inclusive, novas alternativas profissionais.

Agora, a pós-graduação vira-se também para os empreendedores que querem apresentar a sua ideia de negócio a business angels e gestores de sociedades de capital de risco. Leia a entrevista exclusiva a Helena Martins Gonçalves, a coordenadora científica – e também professora – do curso.

 

É a terceira edição desta pós-graduação em Gestão da Sustentabilidade. Quais as principais alterações em relação às duas edições anteriores?

A Pós-Graduação em Gestão da Sustentabilidade do ISEG/Idefe, que iniciará a próxima edição em Outubro de 2013 – e mantendo ainda as inscrições abertas – tem algumas novidades. Destaco a inclusão de um tópico muito actual e importante na sua estrutura curricular: o empreendedorismo. Surge assim a unidade curricular “Empreendedorismo e Sustentabilidade”. Aqui, ir-se-ão abordar os conceitos e processo associados ao empreendedorismo num contexto de sustentabilidade: desde a ideia empreendedora, passando pelo negócio e pelo seu financiamento, onde se enquadra o Ecossistema Empreendedor Nacional, e avançando para o Business Plan e sua apresentação a Business Angels e gestores de Sociedades de Capital de Risco. No contexto actual da economia portuguesa, este módulo é certamente uma grande mais-valia.

Que outras novidades estão previstas para a pós-graduação?

A direcção da pós-graduação continuará a estar atenta às tendências internacionais e necessidades nacionais para ajustar este curso sempre que necessário.

A Pós-Graduação em Gestão da Sustentabilidade é dinâmica e em permanente ajuste. Desde a sua criação já foram introduzidas duas disciplinas novas – Sistemas de Informação e, agora, o Empreendedorismo, – o que denota uma capacidade de adaptação aos desafios e tendências da academia e do mercado. Além disso, a pós-graduação procura também estabelecer relações e parcerias com as empresas, media e a sociedade civil, e é expectável que venhamos a desenvolver mais no futuro. Exemplos disso são os eventos e seminários já organizados, em que várias entidades estiveram envolvidas e, mais recentemente, a iniciativa a decorrer juntamente com o Green Savers, que visa estimular a criatividade com a oferta de uma bolsa de estudo.

Utilizaram o feedback e conselhos dos alunos das duas anteriores edições para mudar o actual programa?

Além de estarmos atentos ao feedback dos alunos, o acompanhamento das tendências e necessidades do mercado foram fundamentais para o ajustamento do programa.

Como tem a crise económica afectado o número de inscrições, ou não existe uma correlação entre ambos?

A crise económica em Portugal tem-se reflectido em todos os domínios de actividade e, consequentemente, também ao nível da formação pós-graduada, notando-se genericamente um decréscimo de inscrições. Algumas áreas de formação são mais afectadas do que outras. A Pós-Graduação em Gestão da Sustentabilidade tem uma posição de nicho, dado abarcar um domínio de conhecimento que ainda não se encontra desenvolvido de forma generalizada nas organizações, e ressente-se também da menor procura. No entanto, estamos convictos que, no futuro, a procura por mais formação nesta área irá continuar a crescer, pois o desenvolvimento de uma gestão sustentável é um imperativo do futuro.

Que perfis de alunos tiveram nas duas primeiras edições e que perfis esperam receber este ano?
Até agora, podemos identificar, por um lado, um conjunto mais alargado de alunos que já trabalham na área da sustentabilidade e que pretendem consolidar os seus conhecimentos e, por outro lado, um conjunto menor de alunos que pretendem adicionar novas competências aos conhecimentos já adquiridos. A formação base dos alunos tem sido, na maior parte dos casos, em diferentes ramos de engenharia ou gestão. Mas, também, tivemos alunos com formação base em comunicação, marketing, saúde ambiental, direito, biologia, entre outras, que vêem no curso uma oportunidade de especialização na área, o que se justifica pela transversalidade do tema. Pensamos que esta tendência se irá manter.

A EDP patrocina a pós-graduação e atribui um prémio de €2.000 ao melhor aluno. De que forma a EDP contribui para os conteúdos do curso?

A EDP é uma empresa de referência nacional e internacional no âmbito da sustentabilidade. Apesar de formalmente a empresa não participar na definição dos conteúdos programáticos, o estudo e conhecimento da experiência empresarial da EDP foi uma das referências no desenvolvimento deste curso.

Se tivesse apenas três parágrafos para tentar convencer os alunos a inscreverem-se no curso, o que lhes diria?

A gestão sustentável das organizações é um imperativo, pois é fundamental para a sustentabilidade do planeta. As organizações são um elemento chave no desenvolvimento da sociedade, ao fornecerem e consumirem bens e serviços e serem também entidades empregadoras.

A pós-graduação em Gestão da Sustentabilidade é única no mercado e oferece aos alunos uma perspectiva integrada para que possam estar aptos a desenvolver uma estratégia de sustentabilidade eficaz e geradora de mais-valias para a empresa, colaboradores e comunidade, assente num equilíbrio entre as vertentes económica, social e ambiental.

Prepare o seu futuro, inscrevendo-se já na pós-graduação em Gestão da Sustentabilidade do ISEG/Idefe que lhe garante uma formação de excelência.

Têm recebido mensagens de quem tenha feito o curso em anos anteriores, de como a pós-graduação os ajudou profissionalmente?

Temos tido alguns testemunhos de alunos de anos anteriores, que nos dão conta da evolução profissional positiva que tiveram após a frequência da pós-graduação em gestão. Por exemplo, uns mudaram de empresa passando a deter uma posição profissional mais adequada aos seus interesses e conhecimento; outros mudaram a sua situação profissional, passando a desenvolver individualmente o seu projecto profissional no âmbito da sustentabilidade.

Dos vários destinatários do curso – gestores, jornalistas, responsáveis de ONGs –, quais os que o frequentam em maior número?

Até agora, os alunos que frequentaram maioritariamente o curso desempenhavam funções de gestão nas organizações; alguns pertenciam também a ONG’s. No entanto, seria importante que outros destinatários frequentassem esta pós-graduação, para aumentar a transversalidade do conhecimento da sustentabilidade e desenvolver a sua aplicação.





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