Hoje é o Dia Internacional de Limpeza Costeira. Quer ajudar a combater o lixo marinho em Portugal?
A Fundação Oceano Azul desafia organizações portuguesas dedicadas ao combate do lixo marinho, a assinalarem em conjunto o Dia internacional de Limpeza Costeira.
Através de ações de recolha de lixo marinho levadas a cabo de norte a sul do país e nas regiões autónomas, este desafio pretende mobilizar de novo a sociedade civil e o público em geral para o problema do lixo marinho e para a necessidade de maior proteção do oceano.
Também pela primeira vez e em parceria com o “Projeto Quando +1 é = -1”, os centros de mergulho nacionais foram convidados a juntarem-se à iniciativa para celebrar este Dia Internacional, organizando ações de recolhas subaquáticas de lixo marinho.
No ano passado foram limpos mais de 80 quilómetros da costa portuguesa. Foram recolhidas 13 toneladas de lixo marinho em 65 ações de limpeza costeira, as quais envolveram mais de 2.300 voluntários e 100 organizações.
“O lixo marinho é um dos maiores problemas ambientais do planeta e o envolvimento destas organizações e dos seus voluntários são um contributo importante para o seu combate”, sublinha a Fundação Oceano Azul.
A edição de 2020 traz uma novidade. Pela primeira vez, centros e escolas de mergulho de todo o país juntam-se à iniciativa com acções de limpeza subaquática. Pode registar a sua ação ou procurar a mais próxima da sua localidade no site, para poder participar nas atividades desenvolvidas nestas datas.
O oceano Atlântico tem pelo menos 10 vezes mais plástico do que se julgava até agora, alerta um estudo que estima haver entre 12 e 21 milhões de toneladas de microplásticos nas águas mais superficiais.
Segundo a investigação, publicada em agosto na revista “Nature Communications”, os valores estimados de microplásticos dizem respeito a apenas três dos tipos de plástico mais comum e numa gama limitada de tamanhos.
E ainda assim, dizem os investigadores, são valores comparáveis em magnitude às estimativas de todos os resíduos de plástico que entraram no oceano Atlântico nos últimos 65 anos, 17 milhões de toneladas. Tal quererá dizer que a quantidade de plástico que chega ao oceano tem sido substancialmente subestimada.
“Antes não conseguíamos estabelecer um equilíbrio entre a massa de plástico flutuante que observávamos e a que julgávamos ter entrado no mar desde 1950, porque os estudos anteriores não tinham medido as concentrações de partículas de microplásticos ´invisíveis´ na superfície do oceano. A nossa investigação é a primeira a fazer isto em todo o Atlântico, do Reino Unido às Malvinas”, diz Katsiaryna Pabortsava, do Centro Nacional de Oceanografia (National Oceanography Centre, NOC, no Reino Unido), principal autora do artigo publicado sobre a investigação.
Richard Lampitt, igualmente do NOC e outro dos autores da investigação, explicou, também citado na publicação: “Se assumirmos que a concentração de microplásticos que medimos até cerca de 200 metros de profundidade é representativa da massa de água até ao fundo do mar, com uma profundidade média de cerca de 3.000 metros, então o oceano Atlântico poderá conter cerca de 200 milhões de toneladas de lixo plástico nesta categoria limitada de tipo e tamanho de polímero. Isto é muito mais do que o que se julgava ter sido deitado ao mar”.
Os investigadores consideram que para lutar contra o plástico são necessárias boas estimativas da quantidade, características e efeitos do plástico no mar, e dizem que os cientistas têm tido uma compreensão desadequada para o fator mais simples, que é a quantidade, com estimativas que em sido “massivamente subestimadas”.
Pabortsava e Lampitt recolheram as amostras de água do mar entre setembro e novembro de 2016, a três profundidades diferentes entre a superfície e os 200 metros de profundidade. Detetaram e identificaram o plástico utilizando técnicas de imagem espetroscópica.
O estudo centrou-se no polietileno, no polipropileno, e no poliestireno, os três tipos de plástico mais comuns e a maioria do plástico encontrado no lixo.