Hypotopia: uma cidade imaginária que poderia ser construída com o dinheiro do resgate de um banco (com FOTOS)



Um pouco por todo o mundo, Governos nacionais e locais gastaram verdadeiros balúrdios para salvar bancos, e nem um país com a Áustria fugiu à tendência: o Governo austríaco terá gasto €19 mil milhões para resgatar o banco Hypo Alpe Adria.

Vários activistas locais tentaram chamar a atenção do cidadão comum para a enorme quantidade de dinheiro usada para salvar o banco e lançaram o projecto Hypotopia – a palavra Hypo vem do banco; topia de utopia.

Sediados em Viena, estes activistas tentaram perceber como poderia este dinheiro ser utilizado para outros fins – para construir uma cidade, por exemplo. Assim, durante quatro meses, alunos da Technical University de Viena foram convidados a desenhar e criar uma cidade-modelo numa das principais praças da capital austríaca, Karlsplatz, e assim conseguirem o reconhecimento dos cidadãos

Chamada precisamente Hypotopia, esta cidade-modelo poderia acolher 102.574 habitantes e, assim, ser a sexta maior cidade austríaca. “Hypotopia é mais do que um projecto de arquitectura, é um protesto”, explicou Lukas Zeilbauer, estudante de engenharia.

Segundo o The Guardian, o projecto foi construído a partir de blocos de cimento e madeira e não recebeu qualquer tipo de financiamento público ou privado – porque será?

Com um orçamento de €19 mil milhões, a equipa de estudantes pôde pensar em grande. Eles desenharam meticulosamente uma cidade com standards industriais, dezenas de negócios, edifícios, centrais de energia e até uma rede de transportes avaliada em €2,15 mil milhões.

“Calculámos o custo real de tudo. Todos os blocos de cimento e madeira que podem ver no modelo é um edifício. Sabemos quantas pessoas vivem em que andar, o propósito de cada edifício e quanto custaria construir por metro quadrado”, explicou Zeilbauer.

O único ponto em que Hypotopia não é real é na omissão de bancos na sua constituição. O projecto esteve em exposição durante o mês de Outubro, tendo sido retirado da praça com uma marcha de protesto. Agora, ele vai ser uma das estrelas do festival bienal de arte de Viena, em 2015, e os estudantes garantem que não vão deixá-lo cair tão cedo.

“As nossas plataformas online continuam acessíveis. O facto de a nossa exposição e modelo físico já não estar disponível não quer dizer que a nossa ideia tenha morrido”, explicou o planeador urbanístico Manuel Oberaufner.

E em Portugal, quantas cidades construiríamos com o débacle do nosso sistema bancário?

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