Inteligência Artificial poderá ser essencial na luta contra as alterações climáticas



A Boston Consulting Group (BCG) lançou recentemente um novo relatório, em parceria com a AI for the Planet Alliance, que sugere que a aplicação de tecnologias de análise avançada e Inteligência Artificial (IA) é importante para combater as alterações climáticas e minimizar os seus impactos nos negócios.

Para o estudo foram consultados 1.000 líderes com autoridade para decidir sobre a IA ou sobre iniciativas de alterações climáticas. 87% dos líderes dos setores público e privado acreditam que a IA é importante na luta contra as alterações climáticas, no entanto, somente 43% das organizações consideram usar IA nos esforços climáticos nas suas empresas. Os três setores com mais potencial para integrar estas soluções são os bens industriais (53%), o setor público (48%) e o setor automóvel (44%).

As principais barreiras existentes que impedem a adoção de IA para o cumprimento dos seus objetivos climáticos são, segundo os inquiridos, os conhecimentos insuficientes sobre o tópico (78%), a disponibilidade limitada de soluções de IA (77%) e a falta de confiança nos dados e resultados da tecnologia (67%).

De acordo com a BCG, os líderes globais podem utilizar a IA para alcançar os seus objetivos de múltiplas formas. Em primeiro lugar na mitigação, através do uso da IA na medição, redução e remoção de emissões e efeitos de gases com efeito de estufa (GEE). A utilização de IA pode conduzir a reduções de 5% a 10% das emissões de GEE equivalente a 2,6 giga toneladas e 5,3 giga toneladas de dióxido de carbono (CO2), globalmente. Outra opção será a aposta em mecanismos de adaptação e resiliência. A IA poderá ser adequada para prever ameaças relacionadas com o clima, quer melhorando projeções a longo prazo de eventos localizados, como a subida do nível do mar, quer atualizando sistemas de alerta precoce para fenómenos extremos, como furacões ou secas. Por fim, a tecnologia poderá apoiar a investigação e educação sobre alterações climáticas, ajudando a compreender os riscos e implicações envolvidos, encorajando a partilha de conhecimento.

As alterações climáticas estão na ordem do dia e existem várias ferramentas para apoiar empresas e governos na minimização da sua pegada e no atingimento da neutralidade carbónica. É inegável que a tecnologia tem e terá um papel fundamental. A capacidade única da IA de recolher, completar e interpretar conjuntos de dados grandes e complexos pode ajudar todos os atores económicos a adotar uma abordagem mais informada e orientada dos dados na descarbonização da economia e na abordagem aos riscos climáticos, prevenindo consequências destas alterações e minimizando danos resultantes“, afirma Carlos Elavai, Managing Partner da BCG em Portugal.





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