Ilha cabo-verdiana de São Vicente em situação de contingência devido a chuvas de setembro



O Governo cabo-verdiano declarou a situação de contingência na ilha de São Vicente, em decorrência dos danos provocados pelas chuvas ocorridas em 06 de setembro último, conforme resolução que entra hoje em vigor.

Conforme a resolução aprovada em Conselho de Ministros em 04 de novembro, uma depressão tropical passou pelo país nos dias 05 e 06 de setembro, provocando “condições adversas” em todo o território, mas que fustigou com particular severidade a ilha de São Vicente.

“A chuva intensa que caiu de forma ininterrupta na ilha de São Vicente provocou fortes enxurradas que causaram a ocorrência de enchentes, derrocadas e deslizamentos de terras, desabamentos de muros e também a destruição de inúmeras habitações, construções e de outras infraestruturas”, recordou o executivo governamental.

Na sequência, foram registados danos nas redes de estradas nacionais e municipais, nas vias urbanas, nos caminhos vicinais, nas redes de abastecimento de água e de saneamento, nos canais de drenagem de escoamentos de águas pluviais e nos muros de contenção.

“São estruturais e revelam-se bastante significativos, tendo imposto condicionantes vários ao trânsito de veículos, à circulação dos cidadãos, ao funcionamento dos serviços públicos e até mesmo aos acessos a certas zonas e localidades”, registou ainda a mesma fonte.

Além dos estragos, o Governo constatou que em muitas casas particulares, nomeadamente de construções inacabadas, precárias e que evidenciavam degradação e mau estado de conservação localizadas em encostas, ribeiras e zonas não consolidadas, e que deixaram várias famílias desalojadas e numa condição acrescida de vulnerabilidade.

“A situação afigura-se, efetivamente, crítica, assumindo contornos de risco e, como tal, tornando necessária a realização de intervenções de urgência no sentido de, por um lado, garantir a mais célere e plena reposição das normais condições de mobilidade e de acessibilidade da população e, por outro lado, de implementar medidas preventivas e/ou medidas especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal e que contribuam, designadamente, para a criação de mais resiliência e para a redução dos riscos urbanos e de desastre”, enfatizou.

Neste sentido, o Governo declarou a situação de contingência, que tem a duração de seis meses, podendo ser prorrogado, se razões concretas e ponderosas assim o determinarem.

Durante os seis meses, o Instituto de Estradas vai coordenar todos os trabalhos necessários à reposição dos níveis de serviços nas Estradas Nacionais afetadas pelas chuvas, e ainda os trabalhos de melhoria preventiva, segundo a mesma resolução.

O Governo pediu ainda coordenação entre a Câmara Municipal de São Vicente e os Serviços do Ministério da Agricultura e Ambiente, relativamente às intervenções de âmbito municipal e setor agrícola.

As chuvas que caíram em setembro em São Vicente levaram a autarquia local a ativar o plano de contingência, conforme avançou na altura o vereador da Proteção Civil, Anildo Andrade.

Em 11 de julho, as autoridades cabo-verdianas previram uma campanha agrícola mais chuvosa este ano, e as previsões meteorológicas não descartavam a ocorrência de eventos extremos, como chuvas intensas, depressões tropicais, ventos fortes e agitação marítima.





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