Ilhas Cook criam um dos maiores santuários marinhos do mundo



O Parlamento das Ilhas Cook votou há dias a legislação que dá origem a uma reserva marinha com uma área de cerca de 1,9 milhões de quilómetros quadrados.

As Ilhas Cook têm uma população de 10.000 habitantes e as suas 15 ilhas cobrem uma área total de 236 quilómetros quadrados. No entanto, graças à sua posição isolada no coração do Pacífico, a meio caminho entre a Nova Zelândia e o Havai, o país possui um imenso território marítimo (aliás, apenas 1% do território das Ilhas Cook é terra), com uma riquíssima biodiversidade marinha, incluindo aves marinhas raras, baleias de bico, mantas e várias espécies de tubarões. 

Os locais têm, por esse motivo, uma afinidade com o oceano e consideram-no sagrado, mas a sobrepesca e a poluição têm vindo a danificar o ambiente marinho, destruindo os recifes de coral que rodeiam as ilhas. O ex-jogador de rugby e ambientalista Kevin Iro é um dos mais activos defensores do Cook Islands Marine Park, tendo sido mesmo um dos primeiros a propor a sua criação, em 2010.

Para Iro, a reserva marinha, também conhecida como Marae Moana, poderá dar ao meio ambiente a oportunidade de curar-se, e permitir que os ilhéus protejam seu legado. “Quando me mudei para aqui (vindo da Nova Zelândia) há cerca de 16 anos, vi o que estava a acontecer às lagoas e recifes e quis protegê-los para meus filhos”, disse o ex-jogador e ambientalista.

A ideia não é proibir totalmente todas as actividades de pesca e mineração, mas garantir que estas sejam conduzidas de forma sustentável. Ainda assim, este santuário irá incluir uma área de 320.000 quilómetros quadrados onde a pesca é proibida.

O primeiro-ministro das Ilhas Cook, Henry Puna, disse que o santuário teve de mostrar o caminho para o mundo em termos de gestão dos oceanos. “Tivemos a visão conjunta de tornar o nosso pequeno país no destino turístico mais verde do mundo”, disse no Parlamento, segundo o jornal Cook Islands News. “Reconhecemos que tiramos proveito do oceano em termos de pesca, de turismo e de minerais, mas também que ele nos dá ar limpo, água limpa e comida.”

Foto: Creative Commons





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