Incêndios: Autarca de Manteigas espera que DECIR 2023 seja “mais eficiente” que o anterior



O presidente da Câmara de Manteigas disse hoje esperar que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR 2023) seja “mais eficiente” que o de 2022, quando as chamas destruíram 95% da área das freguesias rurais do município.

Numa intervenção na sessão pública de apresentação do DECIR 2023, em que participou o ministro da Administração Interna, entre outros membros do Governo, o autarca Flávio Massano deu conta de algumas preocupações que surgiram no seguimento do incêndio que no verão de 2022 atingiu o Parque Natural da Serra da Estrela e particularmente o seu concelho.

As chamas destruíram 95% da área das freguesias rurais do concelho e, devido ao deslizamento de terras, a Estrada Nacional (EN) 338, que liga Manteigas ao maciço central da serra da Estrela, está encerrada desde dezembro do ano passado.

O presidente da câmara de Manteigas disse que, tendo em conta o que aconteceu no verão passado, não resta outra alternativa senão “confiar que o DECIR hoje apresentado, seguramente planeado, e com toda a certeza, com muito conhecimento e a experiência adquirida do passado, será o mais eficiente e eficaz para enfrentar um verão, que a julgar pelos dias mais recentes, se afigurará seco, adverso e novamente exigente”.

Dirigindo-se diretamente ao ministro José Luís Carneiro e ao secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, Paulo Catarino, Flávio Massano apelou para que ambos “possam tomar medidas e ações concretas, precisas e eficazes, que possibilitem dotar os municípios de mais e melhores meios para trabalharem na preservação, na conservação e na preservação da natureza, da biodiversidade na preparação destes territórios rurais para um futuro cada vez mais difícil e desafiante”.

No final da sessão, o ministro da Administração Interna disse em declarações a jornalistas que o autarca de Manteigas “falou com realismo” sobre as preocupações com os riscos de incêndio para este ano.

Segundo o governante, a questão dos incêndios “é de todos nós” e o Governo tem de utilizar os recursos disponíveis ao serviço do DECIR.

“O senhor presidente da Câmara colocou uma visão realista (…). Todos nós, quando temos aquela complexidade de 200 ou 300 ignições, 300 ou 400 incêndios em todo o país, é evidente que os meios serão sempre limitados”, observou, adiantando que nesses dias é importante que a comunicação social informe para que as pessoas tenham comportamentos de responsabilidade.

Sobre as preocupações de Flávio Massano em relação a problemas originados pelos incêndios no território e que ainda não estão resolvidos, disse que o Ministério da Administração Interna apresentou hoje o Plano de Defesa da Floresta da Serra da Estrela.

O Ministério do Ambiente também contratualizou cerca de 10 milhões de euros e, em relação à EN 338, indicou que o assunto está a ser tratado pela Infraestruturas de Portugal e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas para que sejam criadas “condições de segurança” na via.





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