Incêndios: Costa alerta para necessidade de evitar comportamentos de risco



O primeiro-ministro considerou ontem que para diminuir o risco de incêndio não são necessários mais meios aéreos, mas sim “uma floresta mais resistente ao fogo”, e alertou para a necessidade de evitar comportamentos de risco.

“Aproveito para chamar a atenção de todos para os próximos dias. Vamos ter temperaturas muito elevadas, um nível de humidade muito baixo e várias horas do dia com muita intensidade de vento”, afirmou António Costa, considerando que, apesar de não ser possível controlar os fatores naturais, “há algo essencial que se pode controlar, que é o comportamento de cada um”.

O chefe do Governo falava aos jornalistas na base aérea de Figo Maduro, em Lisboa, à margem da despedida do Papa Francisco, que regressou a Roma após uma visita de cinco dias a Portugal. Costa foi questionado sobre os incêndios que se estão a registar em Portugal, como o que deflagrou na sexta-feira no concelho de Castelo Branco, e entrou hoje em fase de resolução.

O primeiro-ministro realçou que “a esmagadora maioria dos incêndios resultam de comportamentos fortuitos”.

“Há os dolosos, e esses a PJ tratará, as forças de segurança tratarão, mas há aqueles que nascem do descuido: do trabalhar da máquina agrícola quando não é possível, de lançar o foguete quando não é possível, de fazer um churrasco quando não é possível, de apagar uma beata na floresta”, alertou.

António Costa disse que é preciso “ter muito cuidado” com os comportamentos de risco e considerou que é responsabilidade de todos.

O primeiro-ministro defendeu igualmente que “avançar na reforma da floresta é absolutamente essencial, porque a melhor forma de diminuir o risco de incêndio não é termos mais meios aéreos no ar, é uma floresta que seja mais resistente ao fogo, tenha menor risco de fogo”.

O chefe de Governo referiu também que “Portugal é dos países mais atingidos pelo risco das alterações climáticas”, que se traduzem em cheias, erosão costeira e aumento do risco de incêndio.

Costa salientou que, “mesmo que a humanidade consiga cumprir a meta do acordo de Paris e limitar a um grau e meio o aumento de temperatura até ao final deste século, isso significa aumentar seis vezes o risco de incêndio florestal em Portugal, se nada for feito”.

“Isso implica executarmos as áreas de gestão integradas da paisagem, termos menos floresta de crescimento rápido e uma floresta com uma composição mais resistente, mais espaço agrícola no seio da floresta para não termos tanta massa contínua”, elencou.

O primeiro-ministro referiu ainda que no incêndio de Castelo Branco, que depois progrediu para Proença-a-Nova, “um dos maiores riscos é que era uma imensa massa florestal contínua, que não ardia há 25 anos, e portanto oferecia um potencial de risco muito grande”.





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