Incorporação de renováveis na geração de energia cai em setembro prejudicada por hídricas
A incorporação de renováveis na geração de energia diminuiu até final de setembro, atingindo 54,5%, face aos 63,9% que registou nos primeiros nove meses do ano passado, prejudicada pelo desempenho das hídricas, revelou hoje a APREN.
De acordo com a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), “em Portugal Continental foram gerados 31.225 GWh [gigawatts hora] de eletricidade no acumulado dos meses de janeiro a setembro de 2022, dos quais 54,5% foram de origem renovável”.
Quanto ao “mês de setembro, especificamente, foram gerados 3.403 GWh de eletricidade, dos quais 53,7% tiveram origem renovável”, indicou.
Segundo a associação, “a diminuição de 14,4% face a setembro de 2021 deve-se maioritariamente à diminuição do índice de hidraulicidade, que resultou num decréscimo acentuado da produção hídrica”.
A APREN salientou também “que a produção hídrica e a percentagem máxima de armazenamento aumentou relativamente aos meses anteriores, no entanto continua inferior em comparação com o período homólogo nos últimos 10 anos”.
O boletim hoje publicado pela APREN indicou ainda que, entre 01 de janeiro e 30 de setembro, “o preço médio horário registado no Mibel [mercado ibérico de eletricidade] em Portugal (186,4 €/MWh ) representa um aumento superior ao triplo face ao período homólogo do ano passado”, sendo que, “no mesmo período foram registadas 58 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental, com um preço horário médio no Mibel de 151,3 €/MWh, sendo que de 1 a 30 de setembro, a geração renovável não foi suficiente para suprir o consumo durante uma hora consecutiva”.
Por outro lado, “desde 15 de junho, quando o mecanismo ibérico de limite do preço do gás natural entrou em funcionamento, até 30 de setembro, o mesmo gerou uma poupança de 53,9 €/MWh, o que equivaleu a uma redução de 16,8% no preço horário médio no Mibel”, indicou.
Segundo a APREN, “a poupança devido ao limite do preço do gás natural, correspondente à diferença entre o preço sem o mecanismo e o preço com a compensação a pagar às centrais a gás natural, atingiu um valor máximo de 157,2 €/MWh e um mínimo de 5,62 €/MWh “, sendo que, “no total, 48,1 dos 92,9 TWh [terawatts hora] produzidos foram sujeitos ao mecanismo de ajuste dos consumidores na Península Ibérica”.
A associação revelou também que nos primeiros nove meses do ano “a Produção em Regime Especial (PRE) permitiu uma poupança acumulada de 6.422 milhões de euros, e de 738 milhões de euros só no mês de setembro”.