Inteligência artificial: cada vez mais essencial para explorar o espaço



A ficção científica está a tornar-se realidade. O robô ‘Curiosity’, que está a trabalhar em Marte desde 2012, já é suficientemente inteligente para escolher seus próprios objectos de exploração, de acordo com um estudo publicado na revista Science Robotics.

Este é um dos dados que levam os cientistas a afirmar que, no futuro, toda a exploração espacial passará pela inteligência artificial, com engenheiros astrofísicos a ensinar as naves espaciais a pensar por si, e a tomar decisões sozinhas, recolhendo dados e enviando informação para a Terra sem qualquer participação humana. O sistema AEGIS (Autonomous Exploration for Gathering Increased Science) da NASA, que tem vindo a ser testado no ‘Curiosity’ desde 2016 com o objectivo de acelerar a investigação científica do “planeta vermelho”, é apenas o primeiro exemplo.

De acordo com o referido estudo, desde que o sistema AEGIS foi implantado, foi usado 54 vezes entre 13 de Maio de 2016 e 7 de Abril de 2017. Sem esta segmentação inteligente, o ‘Curiosity’ poderia alcançar um alvo que os cientistas estavam interessados cerca de 24% das vezes. Com o AEGIS, conseguiu subir essa percentagem para 93%, poupando os cerca de 48 minutos que levaria ao robô a enviar uma imagem à NASA e receber as ordens de volta – tempo de inactividade considerável para uma máquina que custou 2.600 milhões de dólares. Agora, graças ao novo sistema, o ‘Curiosity’ demora entre 90 e 105 segundos a “apontar” a uma determinada pedra e analisar os respectivos resultados. 

A equipa trabalha agora para aumentar a flexibilidade de AEGIS para seleccionar objectivos e fazer análises e medições. O próximo robô da NASA que vai aterrar no planeta vermelho em 2020 já vai contar com uma câmara mais potente, capaz de analisar as estruturas cristalinas, os espectrómetros visíveis e infravermelhos a distância.

Cientistas e engenheiros consideram que a inteligência artificial vai levar-nos a entrar numa nova era da exploração espacial. A NASA pretende que, no futuro, as naves e robôs espaciais possam organizar-se e coordenar-se entre si de maneira autónoma para explorar de forma mais eficiente mundos distantes, através de machine learning. E não hesitam em afirmar que se algum dia a Humanidade chegar a Alfa Centauri, o sistema estelar mais próximo do Sistema Solar, cujas condições serem potencialmente habitáveis, será graças a sistemas de inteligência artificial.





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