Inteligência artificial pode libertar trabalhadores para combater alterações climáticas



O economista Joseph Stiglitz sugeriu ontem em Londres que a inteligência artificial pode ajudar no combate às alterações climáticas ao libertar trabalhadores de outros setores para este objetivo.

O vencedor do Prémio Nobel da Economia em 2001 defendeu que “vamos precisar de libertar mão-de-obra e capital de outras áreas para combater com as alterações climáticas”.

Stiglitz falava durante um evento da Associação de Imprensa Estrangeira para promover o livro “The Road to Freedom: Economics and the Good Society” (O caminho para a liberdade: A Economia e a Boa Sociedade), referindo que este é um tema que aborda na obra.

O economista afirmou que o atraso nas medidas ambientais “é um verdadeiro fracasso de política pública, porque os efeitos vão ser dramáticos” e que tomar medidas preventivas seria dispendioso.

“As pessoas costumavam estar muito preocupadas com o facto de termos de fazer grandes sacrifícios para combater as alterações climáticas, mas eu penso que vai ser uma fonte de crescimento económico à medida que reestruturarmos a nossa economia”, argumentou.

No livro, o economista retoma as críticas ao liberalismo económico, o qual relaciona com o crescimento do populismo nacionalista de direita.

“Se olharmos para o mundo inteiro, o que vemos é que os lugares onde houve um crescimento do populismo, especialmente do populismo nacionalista, são mais lugares onde o governo não abordou os tipos de ansiedades e tensões que vêm de todo este tipo de coisas: globalização, demografia”, disse.

Stiglitz contraria as teses dos economistas Milton Friedman e Friedrich Hayek de que, ao reduzir o peso do Estado e desregulamentar a economia, os benefícios seriam sentidos por todos.

“Para se conseguir mais liberdade, é preciso ter alguns regulamentos”, defendeu, vincando que em muitos casos, “ações governamentais adequadas podem efetivamente expandir a liberdade de todos”.





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