Inteligência artificial revela como as alterações climáticas terão impacto nas cidades

Os peritos em energia verde da USwitch utilizaram a inteligência artificial (IA) para visualizar como o mundo poderá ser em 2100. A equipa utilizou Midjourney, um software de IA que cria imagens a partir de descrições de texto, para representar visualmente os melhores e piores cenários de como 20 lugares famosos em todo o mundo poderiam parecer nos próximos 80 anos. Estes lugares incluíam Amesterdão, Londres, Nova Iorque, Tóquio, Toronto e muito mais.

Segundo o “Inhabitat”, a equipa USwitch colaborou com o Professor Sam Fankhauser, Diretor de Pesquisa da Universidade de Oxford Net Zero, para analisar dados de emissões de várias indústrias a fim de compreender como todos os países podem atingir emissões net zero até 2050. Isto significaria que as emissões que produzimos não excedem as quantidades que não podem ser removidas da atmosfera. Utilizaram também o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) para identificar como as alterações climáticas terão impacto em cada país.

A partir destas descobertas, verificou-se que algumas das principais ameaças às cidades famosas incluem níveis extremos de poluição, inundações severas e temperaturas crescentes que, consequentemente, dão origem a incêndios florestais ou secas.

As imagens do projeto geradas por computador mostram dois cenários para cada uma das 20 cidades. A primeira imagem do cenário indica como cada cidade pode ser se não fizermos as mudanças necessárias para aliviar os efeitos das alterações climáticas. O segundo é mais positivo e descreve como poderiam ser as cidades se os países finalmente atingirem as emissões líquidas zero.

Atualmente, a poluição atmosférica de Nova Iorque está a aumentar. Além disso, isto é o resultado das emissões de gases com efeito de estufa provenientes das deslocações diárias das pessoas. Se estas emissões continuarem a ser libertadas em quantidades tão elevadas e não for atingido o net zero até 2050, a cidade poderá acabar num estado de seca permanente. Isto é, assim, mostrado na imagem de Midjourney, onde vemos um Central Park seco e árido contra uma linha do horizonte enevoada de Nova Iorque.

Inversamente, se o mundo atingir o estatuto de “net zero” até 2050, a prestação de Midjourney é muito mais agradável. O Central Park está a prosperar e serve como um meio de sequestrar o carbono da atmosfera da cidade.

As temperaturas em Londres excederam recentemente os 41 graus Celsius (105,8 graus Fahrenheit) no Verão de 2022. Dado o aumento da poluição atmosférica, as estimativas mostram que em 2050, o dia médio de Verão na Grã-Bretanha poderia ser até três graus Celsius (37,4 graus Fahrenheit) mais quente e 20% mais seco. Para além dos riscos ambientais, o aumento da poluição atmosférica e do calor tem também graves impactos na saúde e bem-estar humanos. Devido a isto, as imagens da IA preveem que o pior cenário de Londres seja o fumo e o cinzento.

Ao optar pelo transporte público, limitando os produtos animais e utilizando outras estratégias, o Reino Unido pretende limitar as suas emissões de gases com efeito de estufa. Além disso, a cidade pode alcançar a previsão mais clara e mais ecológica do melhor cenário, feita por Midjourney.

Entretanto, a cidade de Toronto tem um dos objetivos mais desafiantes da América do Norte e deseja alcançar este estatuto até 2040. Para o efeito, os combustíveis fósseis estão a ser gradualmente eliminados por corporações públicas e privadas, lares e indústrias. Desta forma, pode ser evitada uma Toronto mais húmida e suja.

“De facto, se não se conseguir o net zero, é provável que a linha do horizonte seja nublada pela poluição atmosférica significativa. Isto terá impacto na biodiversidade e na saúde humana na área. Por outro lado, se este estatuto for obtido, então há esperança de um ambiente mais limpo e exuberante para todos”, sublinha o “Inhabitat”.

Segundo a mesma fonte, em geral, as comparações da imagem de IA do USwitch entre os melhores e piores cenários para 2100 “são úteis para visualizarmos os danos catastróficos que os nossos hábitos climáticos insustentáveis podem ter ao longo da linha da frente”. Os céus limpos e as paisagens urbanas verdes do melhor cenário “devem ser os nossos objetivos a avançar”.