Intervenção nos equipamentos de pesca na Namíbia reduziu 98,4% da captura acidental de aves marinhas



A regulamentação das artes de pesca pode ter uma grande influência no ambiente e na vida das espécies. Todos os anos morrem milhares de animais marinhos em capturas acidentais, por ficarem presos nas redes. Cerca de 41% da aves marinhas sofrem com esta ameaça, sendo os albatrozes uma das principais espécies afetadas.

Um novo estudo da BirdLife International Marine Program, publicado no Biological Conservation Journal, revela a eficácia de implementar uma boa regulação neste setor. Em 2015 o Ministério das Pescas e Recursos Marinhos da Namíbia alterou o regulamento e o equipamento de pesca, obrigando a incluir linhas tóri nas modalidades de arrasto e de palangre.

A equipa esteve a bordo de algumas embarcações no Oceano Atlântico Sul e acabou por confirmar o sucesso da operação. Anteriormente, estimava-se uma média de 20 a 30 mil mortes por ano de aves marinhas.

Em 2009 morreram cerca de 22 mil aves por captura acidental nas frotas de pesca palangre, no entanto, em 2018, verificaram-se apenas 215 mortes, uma redução de 98,4% de mortalidade.
Quanto à pesca de arrasto, reduziu-se de 7.030 mortes em 2009 para 1.452 mortes em 2017.

“Resumidamente, mostramos que os regulamentos ambientais que exigem a adoção de soluções técnicas de mitigação podem trazer enormes benefícios para a biodiversidade”, explicam no artigo, acrescentando que “para garantir que as reduções de capturas acessórias relatadas acima sejam sustentadas no futuro, é fundamental que a conformidade de toda a frota com o uso de medidas de mitigação de melhores práticas seja alcançada e que a captura acidental de aves marinhas se torne um tema central da gestão pesqueira”.





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