Investigadora do CIIMAR eleita membro da Academia Europeia das Ciências
Isabel Sousa Pinto, investigadora do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMARUP) e docente do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) foi eleita como novo membro da Academia Europeia das Ciências (EurASc), foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fonte, a Academia Europeia das Ciências (EurASc) é uma associação internacional que reconhece e elege como membros os melhores cientistas que possam contribuir para o fortalecimento da ciência Europeia, ao contribuírem com os seus conhecimentos altamente especializados no aconselhamento de outros organismos Europeus.
O anúncio dos membros nomeados no presente ano foi lançado este mês, e Isabel Sousa Pinto foi a única cientista Portuguesa no grupo de novos membros eleitos.
No seu website, a EurASc manifesta o seu entusiasmo por receber a investigadora do CIIMAR-UP e professora da FCUP Isabel Sousa Pinto na divisão de Ciências da Terra e Ambiente, reconhecendo que traz para esta associação “uma experiência inigualável em biologia marinha e conservação ambiental” e uma “adição inestimável à nossa Academia”.
Para a investigadora do CIIMAR, esta nomeação significa um “reconhecimento do seu trabalho por parte da comunidade científica internacional, e que abrange todas as áreas da ciência e tecnologia, sendo uma honra poder ser membro da Academia Europeia de Ciências e trabalhar juntamente com colegas internacionais de renome em prol dos avanços na área de Ciências da Terra e Ambiente”.
A Academia Europeia das Ciências é uma associação internacional, totalmente independente, composta por académicos de renome, e que procura aproveitar a experiência dos seus membros para aconselhar outros organismos europeus ao nível da melhoria da investigação europeia, da aplicação tecnológica e do desenvolvimento social.
A eleição dos membros da EurASc inicia-se com uma proposta feita pelo Comité Científico das Divisões da Academia sujeita à aprovação do seu General Board.
Nas redes sociais da EurASc, a associação manifesta as suas expectativas em relação aos novos membros, destacando o impacto da sua mais recente aquisição portuguesa: “aguardamos com expetativa o impacto contínuo do trabalho inovador de Isabel Sousa Pinto sobre a biodiversidade marinha, os serviços ecossistémicos e as soluções baseadas na natureza”.
Os novos membros recentemente anunciados na página da Academia Europeia das Ciências irão tomar posse numa cerimónia a decorrer nos dias 29 e 30 de outubro, na Academia de Ciências de Lisboa.
Sobre Isabel Sousa Pinto
Isabel Sousa Pinto é investigadora Principal do Laboratório de Biodiversidade Costeira do CIIMAR e Professora Associada do Departamento de Biologia da FCUP. Os seus principais focos de investigação são as algas, a ecologia das florestas marinhas e a forma como estas se alteram, bem como a aquicultura de algas marinhas e a forma como estas podem ser utilizadas para fornecer biomassa para diferentes aplicações, como alimentos, rações, cosméticos e biocombustíveis, melhorando simultaneamente o ambiente e oferecendo soluções para a biodiversidade e as alterações climáticas, incluindo o sequestro de carbono.
É também muito ativa na interação entre ciência e política e entre 2013 e 2018 foi a representante de Portugal – via FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) – na IPBES. Em 2018, foi eleita como membro do órgão máximo de supervisão científica – o Multidisciplinary Expert Panel (MEP) – daquele órgão intergovernamental independente, aberto a todos os países membros das Nações Unidas, que se dedica à produção e análise de informação que apoie a decisão política e legislativa nas áreas ligadas à biodiversidade.
Também em 2018, colaborou num conjunto de estudos sobre a biodiversidade, os quais indicam que 42% das espécies animais e vegetais existentes na Europa diminuíram as suas populações na última década.
Realizados durante três anos, estes estudos envolveram uma equipa de mais de 550 especialistas de mais de 100 países. A Isabel Sousa Pinto coube co-liderar um dos seis capítulos apresentados na Assembleia Geral do IPBES, focado nas questões da avaliação sobre o estado e as tendências da biodiversidade marinha para a região da Europa e Ásia Central. Em 2022, a IPBES conquistou o Prémio Gulbenkian para a Humanidade.
Também se dedica a melhorar e integrar a observação da biodiversidade marinha, sendo copresidente da Rede de Observação da Biodiversidade Marinha (MBON) e faz parte de vários comités diretores internacionais, incluindo o AtlantOS e o Sistema Europeu de Observação dos Oceanos (EOOS).