Investigadora portuguesa diz que aparecimento de novas espécies compensa extinção de outras
Todos os sinais nos levam a crer que estamos a viver a sexta extinção em massa em 4,5 mil milhões de Planeta Terra, à medida que espécies de mamíferos, peixes e pássaros se extinguem a uma velocidade nunca antes vista – sobretudo por actividades humanas que provocam poluição, alterações climáticas e destruição de habitats.
Ainda assim, esta extinção parece não significar menos biodiversidade, de acordo com Maria Dornelas, investigadora da Universidade de St. Andrews que tirou a licenciatura na Universidade de Lisboa e é doutorada pela Universidade James Cook, na Austrália.
De acordo com a cientista portuguesa, as perdas dos números das espécies em qualquer local não se traduz, ainda, em grandes mudanças no número geral de espécies. Os pesquisadores analisaram 100 estudos que seguiram mais de 35.000 espécies diferentes durante vários períodos de tempo.
Segundo estes trabalhos, o número de espécies em um recife de coral, por exemplo, permanece relativamente constante. Isto porque a perda de espécies, localmente ou na sua totalidade, é com frequência compensada pela chegada de novas espécies.
O trabalho foi publicado na revista Science e alerta que os conservacionistas vão ter de repensar sua abordagem da biodiversidade.
“Ao contrário das expectativas, não observámos perdas consistentes de espécies no tempo. Na verdade, verificámos tanto perdas quanto ganhos. Isto surpreende, dadas as preocupações atuais com a crise da biodiversidade e as taxas de extinção anormalmente altas”, explicou Maria Dornelas.
Os pesquisadores enfatizam, no entanto, que existe uma ameaça global pela perda de habitats, mudança do clima e urbanização, explica o Herald Scotland.
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