Investigadores identificam nova infeção causada por mordedura de gato a um homem
Um homem de 48 anos, que foi mordido por um gato, acabou por contrair uma espécie de bactéria nunca antes vista. Quando os investigadores sequenciaram parte do genoma desta bactéria, tratava-se de um novo germe que os cientistas nunca tinham documentado formalmente. Pertencia a uma nova espécie de Globicatella.
Segundo o estudo, o homem deu entrada no serviço de urgência em 2020 devido a um inchaço doloroso bilateral das mãos, 8 horas após ter sido mordido várias vezes por um único gato selvagem. Apresentava múltiplas feridas perfurantes e escoriações, sem evidência de celulite circundante. As feridas foram lavadas e cobertas, tendo sido administrada uma dose de reforço da vacina contra o tétano. Recebeu alta e foi medicado por via oral devido a antecedentes de alergia à penicilina.
Regressou ao serviço de urgência 24 horas depois por evolução de infeção da bainha dos flexores dos dedos mínimo e médio esquerdos e celulite em ambos os antebraços. Foi medicado, tendo sido submetido a desbridamento e lavagem. No pós-operatório, voltou a receber medicação por via oral durante 5 dias, tendo recuperado totalmente. O doente deu o seu consentimento escrito e totalmente informado para a publicação deste caso, acompanhado de fotografias clínicas.
Os investigadores explicam que os gatos são os principais reservatórios de infeções zoonóticas e que identificaram, agora, uma nova espécie de Globicatella que causa uma infeção extensa dos tecidos moles num homem imunocompetente após ferimentos provocados por mordedura de gato.
Este relatório “destaca o papel dos gatos como reservatórios de espécies bacterianas ainda não descobertas que têm potencial patogénico para o ser humano. É de esperar que os regimes de medicamentos antimicrobianos atualmente recomendados para o tratamento de mordeduras de gatos incluam as espécies de Globicatella descritas”, concluem os investigadores.