Irão começou a produzir urânio enriquecido a 60% na central de Fordo
O Irão começou a produzir urânio enriquecido a 60% na central de Fordo, muito acima do limiar de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano.
“O Irão iniciou a produção de urânio enriquecido a 60% pela primeira vez em Fordo”, informou hoje a agência de notícias Isna, do Irão.
A instalação subterrânea, localizada a 180 quilómetros a sul de Teerão, tinha sido recentemente modificada para alcançar maior eficiência.
O pacto entre o Irão e os países ocidentais visa impedir a Teerão a possibilidade de construir uma arma atómica.
Mesmo assim, Teerão nega intenções belicistas relacionadas com a produção de energia atómica.
Em 2018, durante a administração do presidente norte-americano Donald Trump, os Estados Unidos retiraram-se do acordo voltando a aplicar sanções económicas que atingiram a economia do país.
Em 2021, o Irão anunciou a produção de urânio enriquecido a 60%, na central de Natanz, centro do país, aproximando-se dos valores (90%) suficientes para a construção de uma bomba atómica.
No domingo à noite, o Irão anunciou que tinha tomado medidas de “retaliação” contra as exigências da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), reagindo desta forma à resolução da agência da ONU que notou “falta de cooperação de Teerão”.
A resolução foi apresentada pelos Estados Unidos e pelos três países europeus (Reino Unido, França e Alemanha) presentes nas negociações.
Os contactos com vista a relançar o acordo de 2015, conhecido pelas siglas JCPOA, estão praticamente parados e as inspeções da AIEA foram drasticamente reduzidas.