iServices - quando a reparação se transforma em liderança na economia circular

Fundada em 2011, a iServices transformou‑se numa referência ibérica na reparação multimarca e na venda de equipamentos recondicionados. A consagração como Escolha Sustentável 2025 – na categoria “Reparação e Recondicionamento de Smartphones e Tablets” – consolidou publicamente esse posicionamento e reforçou internamente o alinhamento das equipas em torno dos objetivos ESG da marca.
A empresa afirma que esta distinção não é apenas um selo na montra da iServices: é um reconhecimento de cada decisão operacional e de comunicação. Vânia Guerreiro, Diretora de Comunicação e Marca da iServices reconhece ainda que o prémio “teve impacto direto na forma como comunicamos e executamos a estratégia de sustentabilidade”, reforçando a coesão das equipas e validando externamente o posicionamento da marca como referência na tecnologia recondicionada.
Esta distinção também abre novas oportunidades no âmbito das práticas responsáveis. Um exemplo muito tangível é a reformulação completa do processo de embalagem das encomendas. A empresa está a eliminar praticamente todo o uso de plástico e deseja passar a utilizar exclusivamente materiais reciclados e recicláveis, mantendo a proteção dos equipamentos, mas otimizando a pegada ambiental. Segundo o responsável da companhia, esta decisão teve aplicação imediata e está já a gerar resultados mensurávei em termos ambientais.
Como se mede um impacto invisível
A iServices baseia‑se em indicadores alinhados com as metodologias europeias de economia circular e pegada carbónica. Entre eles contam‑se o número de equipamentos recondicionados que regressam ao mercado, as toneladas de resíduos eletrónicos desviadas de aterro, a quantidade de componentes reaproveitados e o efeito social traduzido na criação de emprego técnico especializado. Para evitar qualquer suspeita de greenwashing, a empresa faz questão de submeter esses dados a auditorias de consultorias externas, de acordo com normas da União Europeia. Transparência, insiste a direção, “é essencial para que a nossa comunicação seja sólida e escrutinável”.
O roteiro até 2030: neutralidade, inovação e colaboração
Os planos estratégicos para os próximos anos organizam‑se em três grandes eixos. O primeiro é alcançar a neutralidade carbónica, objetivo que passa pela eletrificação total da frota logística, pelo uso exclusivo de energia renovável nos laboratórios e pela compensação das emissões residuais. O segundo eixo foca‑se na inovação dos processos de recondicionamento: máquinas de diagnóstico mais avançadas, procedimentos de controlo de qualidade que aproximam o “aspeto e fiabilidade” de um dispositivo recondicionado aos de um produto novo e formação constante das equipas técnicas. O terceiro eixo aposta em parcerias dentro da cadeia de valor — desde fornecedores de peças a recicladores de baterias — para que cada elo partilhe os mesmos padrões ambientais e sociais.
O dilema da “terceira vida”
Uma das questões mais desafiantes na reutilização de equipamentos é a percentagem de dispositivos que regressam ao mercado depois de uma segunda utilização. A iServices ainda não dispõe de dados consolidados sobre essa “terceira vida”, mas está a acompanhar o fenómeno com atenção. A dificuldade não é apenas técnica: trata‑se de manter a confiança do consumidor, demonstrando que um smartphone recondicionado não é uma “solução de recurso”, mas sim a opção mais inteligente, segura e sustentável. Garantir esse nível de qualidade implica investimentos constantes em equipamento de teste, software de diagnóstico e, sobretudo, na formação de profissionais capazes de identificar falhas microscópicas antes que cheguem ao cliente.
Crescer sem perder o toque de excelência
Na visão da empresa, o maior desafio não reside na tecnologia disponível, mas sim no equilíbrio entre escala e proximidade. Expandir‑se para novos mercados europeus mantendo a “excelência técnica e personalização do serviço” requer processos padronizados que não soem a produção em massa. É um paradoxo: quanto mais industrializado o recondicionamento, mais rigor é necessário para que cada aparelho conserve o caráter quase artesanal que cimentou a reputação da marca.
Ao longo de pouco mais de uma década, a iServices demonstrou que prolongar a vida de dispositivos pode gerar valor ambiental, social e económico. A renovação do selo Escolha Sustentável em 2025 confirma a solidez de um modelo assente em metas claras, métricas auditadas e transparência comunicacional. Se o caminho até 2030 correr como planeado, a tecnológica portuguesa terá provado que crescimento e responsabilidade podem, sim, caber no mesmo smartphone recondicionado.