Izabella Teixeira em Portugal: “Brasil quer criar riqueza sustentada”



A recente revisão do código florestal – uma legislação que vinha dos anos 40 – demonstra a magnitude das opções estruturantes que o Brasil terá de tomar, de acordo com a ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. “Ou vamos criar riqueza no curto prazo, à custa do nosso capital natural, ou vamos criar riqueza que possa ser sustentada, respeitando os limites ecológicos e as responsabilidades globais perante a crise climática”.

Izabella Teixeira esteve em Portugal nos últimos dias, onde deu uma conferência-almoço em Lisboa, uma iniciativa do jornal Expresso e do BES, e reforçou que a estratégia do Brasil para o ambiente parte do uso sustentável da natureza para retirar cada vez mais brasileiros da pobreza.

“Não podemos esquecer as pessoas, pois o Brasil retirou 60 milhões de pessoas da pobreza nos últimos cinco anos. A classe média é hoje de 100 milhões de pessoas, metade da população”, revelou a governante, em entrevista publicada na edição de sábado do jornal Expresso.

Segundo Izabella Teixeira, as opções brasileiras para o meio ambiente não podem descurar “a qualidade de vida” das pessoas, nem diminuir “as expectativas de inclusão e de combate à pobreza extrema, que é o maior compromisso da presidente Dilma Rousseff”. Aqui, o “uso sustentável da natureza é essencial para este combate”.

A ministra brasileira falou ainda do abrupto aumento de desflorestação (desmatamento), entre Março e Abril, no Mato Grasso – quase 500% – para explicar que foi criado um gabinete de crise para articular os trabalhos do ministério do Meio Ambiente, Justiça e Defesa. “Quase mil homens estão a trabalhar nesta acção e acreditamos que em dois meses podemos anunciar a desflorestação zero no Mato Grosso”, explicou.

Sobre a polémica revisão do Código Florestal, Izabella Teixeira é de opinião de que todo o debate “está ainda muito preocupado em corrigir situações do passado”, ainda que algumas delas sejam “muito legítimas e que devem ser, de facto, corrigidas”. Ainda assim, “é importante que o Brasil tenha uma lei com uma visão de futuro sobre a economia florestal e sobre a agricultura sustentável”.

“Toda a nossa intervenção sempre se deu na perspectiva de qualificar o debate e assim traduzir a revisão do código florestal e no efectivo aprimoramento desta norma tão importante para o desenvolvimento sustentável do País”, concluiu.

O jornal Expresso deverá publicar, ainda hoje, o vídeo da entrevista. Volte mais tarde a esta notícia para saber qual o link a consultar.





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