Japão: borras de café transformadas em alimento para vacas
O café é o bem agrícola mais comercializado do mundo. Segundo a Organização Internacional de Café, 93,4 milhões de sacos de café foram comercializados em 2009/2010. Depois de utilizado, o conteúdo destes milhões de sacos de café – as borras – acaba em lixeira e aterros ou incineradoras, apesar de ser biodegradável.
Para resolver este problema, o Starbucks está a desenvolver um método de ponta para reciclar as borras de café no Japão. Para tal, a gigante de Seattle uniu esforços com um produtor de lentes de contacto para reutilizar as borras de café provenientes de 136 das suas lojas no Japão.
Os camiões frigoríficos da cadeia recolhem as borras das lojas e transportam-nas para um centro de distribuição. Outros camiões transportam depois as borras para um centro de reciclagem onde são convertidas e alimento para as vacas leiteiras, utilizando uma nova técnica de fermentação do ácido lácteo.
Esta nova técnica de fermentação foi desenvolvida pela Menicon, fabricante de lentes de contacto, durante experiências com novos materiais para as lentes. A técnica torna as borras de café mais nutritivas do que se fossem apenas utilizadas como composto. Posteriormente, o Starbucks alimenta as vacas com estas borras de café fermentadas.
O resultado, indica Kazuhiro Kawai, da Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade de Azabu – que também se juntou à reciclagem das borras – é um leite com uma contagem de células somáticas menores, um factor chave na qualidade do leite.
Segundo um porta-voz do Starbucks, “o feedback dos consumidores sobre o leite tem sido positivo e o leite preenche os padrões elevados que temos para todos os ingredientes”, refere o Guardian. A gigante norte-americana utiliza também algumas borras fermentadas como fertilizante para os vegetais.
Foto: GlennFleishman / Creative Commons