Japão já não tem energia nuclear. Electricidade pode faltar no Verão.



No sábado, o Japão desligou-se da energia nuclear. É a primeira vez em quarenta anos que o Japão não tem nuclear – há 54 reactores parados – pelo que as autoridades receiam não ter electricidade suficiente para os picos de consumo no Verão.

O último reactor a ser desligado foi o número 3 da central nuclear Tomari, na província de Hokkaido. O reactor, o único em funcionamento em todo o país, começou agora um período de 70 dias de trabalhos de manutenção, deixando um vazio nuclear com consequências difíceis de prever.

A última vez que o Japão ficou sem energia nuclear foi em Maio de 1970, quando os únicos dois reactores do país – nas províncias de Ibaraki e Fukui – foram encerrados para manutenção, segundo a Federação das Companhias Eléctricas do Japão, citada pela agência Reuters.

Antes da catástrofe de Fukushima, causada pelo tsunami a 11 de Março de 2011, os 54 reactores japoneses eram responsáveis por 30% da electricidade a nível nacional. O objectivo do país, aliás, era apostar em força no nuclear, fazendo subir essa percentagem até aos 50% em 2030.

É claro que, desde Fukushima, o maior acidente nuclear desde Chernobil, em 1986, a política energética do país mudou. Um por um, os reactores japoneses foram encerrados.

Assim, da noite para o dia, o Japão está confrontado com a necessidade de encontrar uma alternativa para suprir 30% do seu consumo eléctrico, que vinha do nuclear, de modo a evitar cortes no abastecimento – que não estão fora de questão este ano.

A 1 de Maio foi relançada a iniciativa Cool Biz, que permite aos funcionários em escritórios do Governo trabalharem sem gravatas e arregaçar as mangas, para enfrentar o calor sem ares condicionados. As empresas também têm adoptado formas de poupar electricidade, como as lâmpadas LED.

Veremos então como serão os próximos meses para o País. Se conseguir resistir a reactivar a energia nuclear, o País nipónico pode tornar-se num case study de política energética. Caso contrário, será uma questão de tempo até o nuclear voltar a surgir nas agendas dos países desenvolvidos.





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