Japão: lobby da indústria convence Governo a adiar fim da energia nuclear



O Governo japonês adiou o desligamento de todos os seus reactores nucleares, que deveriam ser progressivamente encerrados até 2040. Segundo o Guardian, o ministro da Indústria japonês, Yukio Edano, já confirmou que é impossível cumprir este prazos.

“Não podem ser apenas os governantes a tomar a decisão de sermos livres de energia nuclear durante a década de 2030. Também depende na vontade dos consumidores [de electricidade], da inovação tecnológica e do ambiente internacional para a energia durante a próxima década ou duas”, explicou o responsável.

O volte-face surgiu depois de líderes industriais e de negócios terem afirmado que a mudança poderia ser negativa para a economia, ao forçar as empresas a mudarem a produção para o estrangeiro devido ao alto preço de petróleo e gás importado.

Em Março de 2011, recorde-se, o Japão sofreu um dos piores desastres nucleares da história, em Fukushima, o que levou o seu Governo a repensar os planos para a energia nuclear – e apressar o desligamento de todos os reactores. Planos que foram agora postos de lado, ainda que o Governo continue a garantir que é apenas uma questão de tempo até todos os reactores nucleares sejam desligados.

“O nosso objectivo passa por termos zero energia nuclear na década de 2030, mas nunca dissemos que o conseguiremos atingir. [Sabemos que esse] é o desejo da grande maioria dos japoneses”, explicou o primeiro-ministro, Katsuya Okada.

Apenas dois dos 50 reactores nucleares japoneses foram desligados depois da tragédia de Fukushima, por razões de segurança. Por outro lado, há dois novos reactores em construção, que podem durar até 2050. No mix energético do Japão, a energia nuclear corresponde a uma quota de 30%.





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