Japão: pressão tectónica exercida pelo terramoto de 2011 pode reactivar o Monte Fuji



Há mais de 300 anos adormecido, o Monte Fuji parece estar agora pronto para entrar em erupção. Um novo estudo, elaborado por uma equipa de investigadores franceses e japoneses, revela que o terramoto de 2011 de 9.0 na Escala de Richter – que provocou o acidente de Fukushima – aumentou a pressão tectónica no vulcão, criando as condições perfeitas para que entre em erupção.

De acordo com a autora principal do estudo, Florent Brenguier, do Instituto de Ciências da Terra de França, o estudo não diz que o Fuji vai entrar em erupção ou quando é que isso pode acontecer, mas indica que monte está em “estado crítico”. Os investigadores utilizaram 800 sensores sísmicos para estudar os vulcões no Japão de maneira a perceberem como é que eles reagem às ondas sísmicas, como aquelas que são geradas pelos sismos e explosões. As conclusões permitiu-lhes avaliar melhor o risco de erupções vulcânicas e pode vir a permitir prever as erupções com mais precisão.

Os investigadores também estudaram o “barulho sísmico”, que lhes permite criar uma espécie de ultra-som da crosta da Terra, refere o Inhabitat. Os cientistas descobriram que as regiões do subsolo que sofreram as maiores disrupções provocadas pelo sismo de 2011 não foram as do epicentro mas sim as das regiões vulcânicas, e em particular o Monte Fuji.

“As regiões vulcânicas são aquelas onde os fluidos presos na rocha – água quente, gases, magma líquido, que causam uma erupção onde ascendem à superfície – exercem as maiores pressões. As ondas sísmicas adicionam pressão a estas zonas, causando ainda mais perturbações”, explica Brenguier.

Uma erupção do Monte Fuji pode ser um grande problema para os milhões de pessoas que vivem perto da montanha, incluindo os oito milhões de habitantes de Tóquio, que seriam afectados pela cinza vulcânica. No início deste ano, as entidades governantes das áreas nas imediações do Fuji criaram um plano de evacuação que permitirá, no caso de erupção, retirar 1,2 milhões de pessoas das suas casas o mais rápido possível.

Foto: andreas_jensen / Creative Commons





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