Jovens de 100 países debatem ação climática a partir desta terça-feira na Tanzânia
Criar estratégias e exigências para a ação climática são objetivos que juntam jovens de uma centena de países a partir desta terça-feira em Arusha, na Tanzânia, no terceiro “Acampamento Global de Justiça Climática”.
Mais de 300 jovens, dos países mais afetados pelas alterações climáticas, vão participar na iniciativa e até dia 12 vão debater estratégias e preparar uma presença forte dos jovens na próxima cimeira mundial do clima, a COP29, que se realiza no Azerbaijão entre 11 e 22 de novembro.
O acampamento, diz a organização, é a maior plataforma presencial do género para jovens líderes do Sul Global.
Acampamentos anteriores juntaram até agora quase mil pessoas de países da “linha da frente” das alterações climáticas, tendo saído dessas reuniões novos projetos por todo o planeta e o “fortalecimento da representação dos jovens das regiões mais afetadas nas negociações da COP das Nações Unidas”, segundo a organização, que tem este ano na coordenação da iniciativa Bianca Castro, um jovem portuguesa que fez parte do movimento “Fridays for future”, criado pela ativista sueca Greta Thunberg.
“A criação de comunidades e a construção de novas conexões em espaços como este são essenciais na luta por justiça climática. Já testemunhámos o impacto dos acampamentos anteriores: participantes influenciaram negociações da COP, fundaram novas ONG, formaram coligações regionais e globais e desenvolveram campanhas que resultaram em mudanças concretas nas suas comunidades”, disse Bianca Castro, citada no documento de divulgação do acampamento.
A iniciativa, acrescenta a ativista, é também sobre “conhecer pessoas de todo o mundo que lutam por justiça climática, sobre partilhar recursos e histórias”, e sobre aprendizagem e colaboração, para que a ação comum possa “ transformar territórios, proteger espaços cívicos e impulsionar mudanças políticas e sociais duradouras.”
Além da preparação para a COP29 os jovens vão debater temas como a transição energética, a adaptação e resiliência, a poluição por plástico, os conflitos e desmilitarização, o género e o clima.
O “Acampamento Global de Justiça Climática” realizou-se pela primeira vez em 2022 em Nabeul, na Tunísia e no ano passado foi em Beirute, no Líbano. Já este ano, em março, aconteceu uma edição regional, nas Caraíbas, na ilha de São Martinho.
Pela primeira vez é realizado na África Subsaariana. Mais de 30 organizações de vários países estão a colaborar na organização do evento, que recebeu mais de 4.500 candidaturas, tendo selecionado 300 jovens.