Kidsmoz, o site português promove troca e reutilização de roupas e objectos para o bebé



Se tem ou já teve um bebé ou criança com poucos anos, sabe que, provavelmente, dará pouco uso às suas roupas. Por várias razões, que vão da grande quantidade de roupa que por vezes os pais recebem da família e amigos, passando pelo rápido crescimento das crianças, que deixam facilmente de caber nos respectivos vestidos e camisolas.

Foi a pensar nesta situação comum que um grupo de empreendedores portugueses lançou o Kidsmoz, um site que aproxima os pais que querem vender – ou comprar a um preço inferior – as peças de puericultura que mal foram usadas pelos seus filhos.

Apesar de pouco divulgada, a plataforma foi lançada há já um ano, estando ainda numa fase de desenvolvimento. “Tivemos um período mais ou menos latente, de experimentação. Em Novembro começou com mais energia. E estamos a entrar numa nova fase, com a inauguração do blog para breve”, explicou ao Green Savers Nuno Silva, um dos responsáveis pelo projecto.

Nuno Silva explica que uma das razões por trás do lançamento do site é a ambiental. “Num tempo de pré-crise ambiental e crise financeira, temos de criar novos modelos de sustentabilidade ou recuperar modelos que, ainda antigos, eram mais racionais”, explica.

A plataforma pretende aproximar as mães e pais, fazendo-os regressar a outros tempos, em que os filhos mais novos herdavam a roupa dos mais velhos ou de primo próximos. “Hoje em dia isto é mais complicado. Sobretudo porque as famílias são mais pequenas e mais dispersas”.

Os objectos de puericultura – sobretudo roupa mas também mobília, brinquedos ou artigos de segurança – representam “um ganho económico para quem compra e vende. E um ganho ambiental pelo aspecto da reutilização”.

O projecto nasceu quando um grupo de freelances na área da engenharia informática, ligados através da empresa ADN, reparou que algumas mães se entreajudavam, oferecendo ou comprando objectos de puericultura entre si.

“Havia a vontade de criar um novo projecto relacionado com o ambiente”, explica Nuno Silva. “E [esta ideia] pareceu óptima, uma excelente forma de reutilização. A crise pode ser um bom veículo para espalhar a ideia. Mais do que nunca, precisamos de poupar”.

O projecto, que hoje em dia mobiliza várias mães mas também alguns pequenos negócios, poderá ser rentabilizado de várias maneiras, mas será sempre gratuito. “Há vários caminhos em mente para rentabilizar o projecto, que vão depender, essencialmente, da evolução e utilização do website. Mas há um princípio em mente, a gratuitidade do sistema. Se queremos ajudar, não podemos cobrar por essa ideia”, explica Nuno Silva.

Veja o Kidsmoz no Facebook.

Hoje, o investimento passa sobretudo por horas de trabalho, servidores e outros equipamentos informáticos, uma vez que a ADN dispõe de todos os recursos humanos e técnicos necessários para concretizar o projecto. Apesar de não ter havido investimento de capital directo, o custo estimado do Kidsmoz, até agora, é de €45 mil (R$112 mil).

O projecto pretende também promover o saber fazer e ter em conta o valor da produção local. “Uma vez conseguido o reequilíbrio financeiro do País e das famílias, queremos que as boas práticas de sustentabilidade fiquem. A roupa de criança é muito efémera, fica nova e há um enorme desperdício, porque muitas vezes as mães compram com o coração em vez da razão”, explica Nuno Silva.

Por outro lado, há que “valorizar o que é tradicional”. “Queremos valorizar o trabalho manual e a produção local, para que esta tenha qualidade e identidade. Achamos importante que as pessoas conheçam o processo de fabrico do que compram e valorizem-no”.

Próximos Passos da Kidsmoz, por Nuno Silva

Estender o site
“O próximo passo será inaugurar o blog. Já está pronto e será inaugurado dentro de dias.  O objectivo será dar dicas de poupança, ideias para fazer pequenos arranjos em roupa, promover o saber fazer, etc.

Contaremos também com um directório de lojas que vendem roupa de criança. Pretendemos ser uma plataforma aberta: há outras soluções para o vestuário de criança e puericultura e o objectivo é divulgá-las”

Melhorar a confiança no sistema
“Queremos dar confiança a quem compra e quem vende. Esta questão está ainda em estudo. Há várias hipóteses em cima da mesa e é um dos aspectos mais sensíveis”

Universalidade
“Pretendemos entrar nas plataformas móveis. Temos experiência neste tipo de desenvolvimento e queremos aplicá-lo aqui. Essencialmente, pretendemos facilitar a consulta de quem compra e vende”





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