Lagarto que viveu há 99 milhões de anos descoberto em condições excelentes
Há 99 milhões de anos, um pequeno lagarto ficou preso na resina pegajosa de uma árvore. Este fim infeliz, para o animal, foi a sorte de um investigador actual. Isto porque a resina acabou por fossilizar em âmbar, possibilitando aos actuais cientistas um conhecimento único da evolução dos répteis e dando-lhes uma visão de como era a vida há quase 100 milhões de anos.
Este lagarto é um dos espécimenes que foram analisados recentemente, juntando-se a uma lagartixa e um camaleão cuja fossilização se encontra num estado “excelente”.
Num estudo publicado no jornal Sciences Advances, os investigadores notaram que o pequeno lagarto é o mais velho espécimen do seu tipo – 75 milhões de anos mais velho que o lagarto que guardava este recorde.
“O registo do fóssil é escasso porque a pele delicada e os frágeis ossos dos pequenos lagartos não se costumam preservar, especialmente nos trópicos, o que torna os novos fósseis uma janela incrivelmente rara e única num período crítico da diversificação”, explicou o co-pesquisador Edward Stanley, da Universidade de Florida, num comunicado citado pelo Quartz.
O lagarto fossilizado é visto como o “elo perdido” que nos ajudará a explicar como é que o camaleão actual e as lagartixas ganharam as suas características. A lagartixa de âmbar tinha os dedos das patas actuais, o que confirma que esta característica é mais antiga do que se pensava.
Por outro lado, o camaleão do sudeste asiático, descoberto em Myanmar, desafia a visão de que estes animais teriam tido origem em África. E embora o lagarto fossilizado tivesse a língua projectada do moderno camaleão, ainda não tinha evoluído para o actual corpo e dedos unidos.
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