Liderança de Lula da Silva acelerou agenda ambiental nos países amazónicos
A secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA) considera que a liderança do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, deu um novo alento às questões ambientais nos países que possuem parte da floresta amazónica nos seus territórios, .
“Reconheço a importante liderança do Presidente Lula [da Silva] e esse chamado aos demais países [amazónicos] para fazer essa reunião e renovar uma vigorosa agenda da cooperação tendo em mente, obviamente, as novas necessidades, as novas urgências desta região”, disse à Lusa María Alexandra Moreira López, secretária-geral da OCTA.
“Também devo ponderar e chamar atenção ao facto de que os países [amazónicos] deram muita importância para este chamado e vão se congregar neste importante cúpula”, acrescentou.
A OCTA é uma instituição intergovernamental formada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, oito dos nove países que têm parte da floresta amazónica em seus territórios e que assinaram o Tratado de Cooperação Amazónica (TCA), em 1978.
Segundo María Alexandra Moreira López, a cimeira da Amazónia, que acontecerá nos dias 08 e 9 de agosto, na cidade de Belém, no estado brasileiro do Pará, poderá concretizar não somente uma união no nível político, mas também “ampliar as políticas públicas em, por exemplo, temas como o combate à pobreza, o combate aos ilícitos ambientais, o combate a desflorestação e outras muitas coisas estão acontecendo na região amazónica”.
Numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira com jornalistas estrangeiros, o Presidente bbrasileiro Lula da Silva salientou que “será a primeira vez em 45 anos que os presidentes dos países amazónicos se reunirão com a expectativa de discutir políticas comuns.”
“O mundo precisa ver este encontro como um marco histórico para a discussão da questão climática, pois tratará como evitar que as florestas continuem sendo destruídas e ao mesmo tempo garantirá o desenvolvimento e inclusão de seus habitantes”, acrescentou o chefe de Estado brasileiro.
Falando sobre uma resolução que deverá ser divulgado ao final do encontro, Lula da Silva comentou que objetivo é “fazer um documento capaz de ser assinado por oito presidentes da República e capaz de ser levado para a COP28 nos Emirados Árabes Unidos.”
Além dos oito países que compõem a Amazónia (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), foram convidados a Indonésia, a República Democrática do Congo e a República do Congo, nações que, juntamente com o Brasil, possuem as maiores florestas tropicais do mundo, bem como a França, pela Guiana Francesa.
Noruega e Alemanha, que financiam o Fundo da Amazónia, também estão na lista nações chamadas para participar do evento.
Já terão confirmado presença em Belém os governantes da Bolívia, Luis Arce; da Colômbia, Gustavo Petro; da Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro.
O Governo brasileiro conta ainda com a chegada da presidente peruana, Dina Boluarte, cuja viagem depende de autorização do Congresso de seu país.
O Presidente de França, Emmanuel Macron, que é chefe de Estado da Guiana Francesa, não confirmou presença.
Os presidentes do Equador, Guillermo Lasso, e do Suriname, Chan Santokhi, não comparecerão ao encontro, segundo fontes do Governo brasileiro.
A ausência do primeiro se deve a “razões políticas internas” e do segundo porque o “Dia da Imigração Javanesa” é comemorado no Suriname nesses dias.
A Cúpula da Amazónia servirá para discutir os problemas enfrentados pelo bioma e buscar soluções conjuntas para frear o crescimento de atividades ilegais na região, como desflorestamento, mineração ilegal e tráfico de drogas.