Lince ibérico recupera da quase-extinção em Espanha. Segue-se Portugal.



Há 10 anos, o lince ibérico estava muito perto da extinção mas hoje, graças a um programa de conservação que envolveu caçadores, agricultores e a indústria do turismo, o número de espécimes triplicou de 94 para 312.

“Ainda não podemos festejar vitória, mas agora há esperança”, disse Miguel Ángel Simón, director do programa para a recuperação do lince na Andaluzia, no sul de Espanha. Há apenas cinco anos, o animal foi classificado como criticamente em perigo.

O projecto, financiado conjuntamente pelo governo de Andaluzia e pela União Europeia, foi apontado pela segunda vez pela UE como um programa de conservação exemplar. Bruxelas está a financiar 40% dos €26 milhões (R$ 76,8 milhões) necessários para estender o projecto para as regiões vizinhas da Extremadura, Castile-La Mancha e Múrcia – bem como para Portugal.

De acordo com Simón, citado pelo Guardian, o primeiro censos de linces realizado na Serra Morena e no Parque Nacional de Doñana não só detectou poucos linces, como também descobriu que a população de coelhos havia sido dizimadas por doença. E os coelhos são a principal fonte de alimento do lince.

O programa começou a criar linces em cativeiro, para o caso de estes se extinguirem na natureza. Quando o projecto actual foi lançado, em 2006, o governo andaluz trabalhou com os agricultores e clubes de caça, convencendo-os de que salvar o animal era do interesse de todos.

O lince foi transformado na atracção turística da região e foram criados 31 postos de trabalho a full-time, ligados a tarefas florestais em prol do programa. Esta vertente é muito significativa, já que o desemprego na Andaluzia se situa em torno dos 37%.

A segunda fase do programa envolveu a expansão do número de linces na região de Doñana. Alguns linces da Serra Morena foram aí libertados – e, para sucesso da iniciativa, no ano passado 61% dos linces recém-nascidos em Doñana eram descendentes de animais da Serra Morena.

A terceira fase do programa vai começar em Maio de 2014, com a introdução de animais em Portugal e em outras regiões.





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