Lisboa: cidadãos lançam petição contra transferência de gestão de bibliotecas municipais para freguesias



A Câmara Municipal de Lisboa (CML) quer passar a gestão de oito bibliotecas da Rede Municipal para as juntas de sete freguesias, no âmbito da reforma administrativa.

Assim, a gestão das bibliotecas de São Lázaro, David Mourão Ferreira, Natália Correia, Maria Keil, dos Olivais (incluindo a Bedeteca), o auditório Orlando Ribeiro e dois espaços da biblioteca-museu República deverá passar para as respectivas juntas de freguesia – Arroios, São Domingos de Benfica, Avenidas Novas, Parque das Nações, Carnide, Lumiar e Olivais.

De fora dos planos de alteração de gestão ficam a biblioteca de Belém, Camões, Coruchéus, Galveias, Marvila, Orlando Ribeiro, Penha de França, Hemeroteca, Timor e Itinerante.

Actualmente a Rede Municipal de Bibliotecas é constituída por 16 bibliotecas, uma bedeteca, uma fonoteca e uma hemeroteca.

Face a esta intenção de alteração de gestão foi lançada uma petição pública contra as possíveis mudanças na Rede Municipal de Bibliotecas. Os autores da petição temem a “diminuição da qualidade actual da rede” e sublinham que estes espaços “prestam um serviço único à população”.

Uma das razões destacada na petição é o facto de a Rede Municipal de Bibliotecas ser “um recurso fundamental para a criação de hábitos de leitura, para o desenvolvimento harmonioso de crianças e jovens, para a aquisição de competências de leitura e utilização de informação indispensáveis ao exercício da cidadania e para um conhecimento mais amplo da nossa cultura e de outras culturas”.

Segundo afirmou à Lusa Vítor Reis, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Lisboa (STML), “esta medida vai desintegrar o funcionamento em rede das bibliotecas municipais, porque deixam de ter uma política comum”. “Cada freguesia poderá ter um programa próprio de gestão da biblioteca, cobrar preços diferentes, horários, adaptar serviços”, sublinha o dirigente sindical.

De acordo com uma outra fonte da Rede de Bibliotecas, citada pelo Expresso, “ninguém foi consultado, nem as próprias chefias da divisão de bibliotecas” sobre a intenção de alteração da gestão. “Tudo isto põe em causa o trabalho de uma rede de bibliotecas que era considerada uma das melhores do país”, acrescenta a fonte.

A proposta de alteração da gestão dos espaços foi apresentada na última semana numa reunião entre o presidente, o vice-presidente e a vereadora da Modernização da CML, o STML, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública. A proposta deverá ser debatida pelo executivo municipal na reunião desta quarta-feira, 18 de Dezembro.





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