Lisboa dá Selo de Acessibilidade a lojas com boas práticas para cidadãos em cadeira de rodas
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, entregou, sexta-feira, o Selo da Acessibilidade a três estabelecimentos comerciais na Avenida da Liberdade que cumprem normas e boas práticas para quem se desloca de cadeira de rodas.
Carlos Moedas começou por explicar, em declarações aos jornalistas, que se trata do cumprir de uma promessa feita a diversas associações para tornar a cidade mais acessível “olhando para os detalhes que dificultam a vida a quem anda em cadeira de rodas”, realizando-o, precisamente, no Dia Nacional das Acessibilidades.
“Numa avenida como a Avenida da Liberdade, parece impossível, mas é verdade, em muitas destas lojas as pessoas não têm acessibilidade. O que nós queríamos criar era um movimento de dar este Selo de Qualidade àqueles que permitem a acessibilidade de todos e, com isso, influenciar todos”, disse Carlos Moedas.
O autarca referiu que hoje foram dados três selos a três lojas (Coffee House (Delta), Rituals e VisionLab), que cumprem os dois critérios necessários: “ter uma rampa de acesso para as pessoas poderem entrar e depois, acesso às prateleiras e ao serviço diretamente em cadeira de rodas”.
“É um passo para também influenciar outros na Avenida da Liberdade e na cidade a darem um pequeno passo que muda tantas vidas. Estas pessoas, apesar de tudo, vemos a dificuldade no dia-a-dia, mesmo que possam andar na rua, não conseguem entrar numa loja”, referiu Carlos Moedas, lembrando que a câmara quer “dar o exemplo”, tendo dado capacidade de acessibilidade em várias zonas da cidade.
Questionado sobre se não seria mais eficaz o Selo de Não-Acessível, Carlos Moedas explicou a necessidade de se “influenciar pela positiva, pelo construtivo, não através da penalização, mas sim de lhes dar um prémio porque, para além de serem empresas privadas, têm um efeito positivo na sociedade fazerem isso de livre vontade”.
“O positivo influencia mais que o negativo”, resumiu.
Carlos Moedas lembrou ainda o trabalho que a autarquia tem feito no espaço público e na via pública com a ajuda dos presidentes de várias juntas de freguesia de Lisboa em identificar “os pontos difíceis” da cidade, onde as pessoas não conseguem ter acessibilidade.
Em relação à parte privada, Carlos Moedas afirmou que a câmara poderá “facilitar no licenciamento daqueles que cumprem as regras e dar-lhes algum apoio nessa mudança de regras que muitas das vezes não são cumpridas”.
O autarca assumiu também querer ter uma “zona ou bairro da acessibilidade e da modalidade” em Lisboa, que se pudesse tornar “um exemplo para as pessoas olharem e seguirem”, frisando não custar muito colocar as rampas, “que não são uma grande obra, mas sim uma pequena obra que muda a vida das pessoas”.
Questionado sobre a avaria de rampas em alguns autocarros da Carris, Carlos Moedas respondeu que já hoje esteve em contacto com o presidente da transportadora que lhe confirmou a existência de alguns problemas.
“Estamos a tratar que tenham sempre as rampas a funcionar. Aqui não podemos falhar. Temos um serviço que vai diretamente a casa das pessoas com mobilidade reduzida e tem havido alguns problemas”, reconheceu.
O Selo de Acessibilidade Municipal tem o objetivo de assegurar que os estabelecimentos cumprem normas e boas práticas facilitadoras da acessibilidade, como sejam a existência de uma entrada acessível a pessoas em cadeira de rodas, normas relativas à tipologia e distribuição de mobiliário ou a existência de uma instalação sanitária adaptada.
Os estabelecimentos acessíveis passam a ser identificados pela colagem de um selo na entrada, sendo igualmente publicitados no ‘site’ da Câmara Municipal de Lisboa.
O selo é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, operacionalizada pela Divisão do Plano de Acessibilidade Pedonal, em parceria com a Associação Salvador no âmbito do Protocolo existente entre as duas entidades.