Livraria Camões do Rio de Janeiro fecha as portas este mês



A Livraria Camões, que promove a literatura portuguesa no Rio de Janeiro, vai fechar as portas no final do mês. A livraria, que abriu as portas em 1972, depois de um acordo cultural entre Portugal e o Brasil, é gerida pela Imprensa Nacional, que confirmou o encerramento e terá alegado motivos financeiros.

“É uma perda para o Brasil e é uma perda para Portugal. Era uma lança que nós tínhamos aqui. Eu concordo com o presidente da Imprensa Nacional (Estêvão de Moura) que isto, de facto, é pequeno, mas mais vale termos uma coisa pequena do que não ter nada”, explicou o responsável pelo espaço, José Estrela, que revelou inclusive que já há algum tempo que não recebe livros de Portugal.

Segundo José Estrela, os motivos alegados para o encerramento da livraria, tida como o ponto de referência cultural entre Portugal e o Brasil, “são de que a livraria é pequena, que hoje a Internet e os meios de comunicação são mais activos e podem com facilidade suprir o que a Livraria Camões fazia”.

Durante 40 anos, a Livraria Camões foi a única base a abastecer professores, alunos e universidades cariocas de livros para a divulgação da cultura portuguesa. Durante este período, a livraria vendeu mais de 2 milhões de euros.

“(José) Saramago lançou o seu primeiro livro no Brasil aqui”, relembrou José Estrela, acrescentando que o mesmo aconteceu com Agustina Bessa Luís e Lídia Jorge, por exemplo.

A Livraria Camões situa-se na Avenida Rio Branco, perto da estação de metro de Carioca. Até final do mês pode passar por lá e comprar os últimos livros de autores portugueses, até porque os livros serão todos vendidos, muitos deles a preços abaixo do seu valor real.

“Ainda não fiz contas, mas deveremos oferecer a bibliotecas e livrarias de universidades, que são as que mais compram”, concluiu José Estrela. Por revelar fica o destino a dar ao imóvel, orçado em €340 mil (R$ 800 mil).





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