Lobo homenageado em centro interpretativo de Pitões das Júnias em Montalegre



O lobo-ibérico é homenageado num centro interpretativo que abre na quinta-feira, em Pitões das Júnias, aldeia de Montalegre, e convida os visitantes a conhecer esta espécie protegida, o seu habitat, as lendas e os fojos.

O espaço dedicado ao lobo nasce dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma área de ocorrência desta espécie, e foi instalado num edifício recuperado na aldeia do Norte do distrito de Vila Real.

A presidente da junta de freguesia de Pitões das Júnias, Lúcia Jorge, afirmou ontem à agência Lusa que o Centro Interpretativo do Lobo Ibérico (CILI) visa a conservação de uma das espécies mais emblemáticas deste território e que tem um estatuto de proteção em Portugal.

“É uma homenagem ao lobo-ibérico e é uma homenagem às populações de montanha que têm contribuído para a sua preservação”, salientou.

Pretende-se que o CILI seja também mais um ponto de atração turística ao território e um espaço de conhecimento sobre o lobo, sobre o seu habitat, a sua biologia e a sua relação com as populações de montanha.

“Aqui o visitante consegue ter uma informação completa sobre esta espécie e o meio onde ela habita”, frisou a autarca.

O centro foi instalado num edifício reabilitado e, segundo informação divulgada pela Câmara de Montalegre, a “própria arquitetura do seu interior projeta o visitante nas várias tipologias de fojos (antigas armadilhas) de lobo existentes na região do Barroso e nele se apresenta uma imagem completa do lobo-ibérico nas suas múltiplas perspetivas e contextos, como espécie selvagem, como parte integrante duma paisagem e como parte duma relação com o homem, no passado e no presente”.

“Trata-se de um projeto pioneiro, focado nas populações selvagens deste predador e na história das suas relações com o homem, localizado em plena área de ocorrência desta espécie”, acrescentou o município.

O edifício está organizado em vários módulos e, segundo descreveu Lúcia Jorge, transporta os visitantes para o habitat do lobo, dá a conhecer a sua ocupação do território e as suas presas.

É ainda possível “entrar” num fojo onde o animal era capturado e ficar a conhecer, junto a “uma lareira de uma casa antiga de montanha”, as lendas, histórias e mitos associados a este animal. Tradicionalmente estas lendas eram partilhadas junto às lareiras.

Lúcia Jorge referiu que o projeto “pretende contribuir para uma melhor compreensão deste animal, assim como da sua importância para o ecossistema local e a entidade da cultura popular, permitindo também contribuir para a valorização da biodiversidade e património etnográfico de uma área protegida única, o Parque Nacional da Peneda-Gerês”.

O centro interpretativo representa um investimento de cerca de 300 mil euros e teve financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).





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