Lontras recuperam estuário norte-americano ameaçado pelas algas



O regresso das lontras ao estuário de Eikhorn Slough, no norte californiano, permitiu a recuperação da vegetação marinha que serve de habitat para peixes e desempenha um papel essencial na protecção dos ecossistemas costeiros.

Segundo os biólogos responsáveis por este processo, o declínio e recuperação do estuário demorou décadas, sendo que esta fase final está ligada ao aumento da população de lontras, de acordo com um estudo das Actas da Academia Nacional de Ciências (PNAS), divulgado na segunda-feira.

Durante muito tempo, o uso excessivo de fertilizantes e outros nutrientes provenientes da exploração agrícola e áreas urbanas impulsionou o crescimento de algas, que impendem a vegetação marinha de receber a luz do sol.

Nas últimas décadas, porém, o processo inverteu-se. O regresso das lontras, em 1984, permitiu que à vegetação voltar a crescer. As lontras comem grandes quantidades de caranguejos e, assim, eliminam uma ameaça-chave para as lesmas-do-mar. Por sua vez, estas comem algas e permite que as plantas marinhas se mantenham saudáveis.

“Este estudo proporciona outro exemplo das fortes interacções provocadas pelas lontras nas populações de caranguejos e os efeitos em cascata sobre o ecossistema pelos transtornos da cadeia alimentar”, explicou Tim Tinker, biólogo do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), um dos co-autores do estudo e aqui citado pela revista brasileira Exame.

O estudo faz-nos também lembrar que um animal sem predador desempenha um importante equilíbrio em muitos ecossistemas.





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