Lula da Silva pede retoma da cooperação na Amazónia em encontro internacional no Brasil



O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ontem a retoma urgente da cooperação na Amazónia, na abertura da IV Cimeira da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA), na cidade de Belém.

“Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação. Os desafios da nossa era, e as oportunidades que surgem, demandam ação conjunta. É por isso que anunciei a realização desta cúpula antes mesmo de assumir a presidência, quando estive na COP27, no Egito. Hoje nos reunimos com três grandes propósitos”, disse o Presidente brasileiro, na abertura do encontro presidencial.

Lula da Silva, anfitrião do evento, disse que a cimeira trabalhará com “três grandes propostas”.

A primeira será promover “uma nova visão de desenvolvimento sustentável da região”, que combine a proteção da natureza com “trabalho decente” e a “defesa dos direitos” da população que vive no bioma, que fica próximo 50 milhões de pessoas.

O chefe de Estado brasileiro também destacou a importância do “combate ao crime organizado”, que espalhou seus tentáculos nos últimos anos, transformando a selva numa rota estratégica para o narcotráfico.

Em segundo lugar, Lula da Silva afirmou que serão propostas medidas para “fortalecer” a OTCA, criada em 1995, o “único bloco no mundo com visão socioambiental”.

Desta forma, o Presidente brasileiro defendeu que será possível garantir que “a visão do desenvolvimento sustentável terá vida longa”.

Por fim, o governante brasileiro indicou que o terceiro objetivo é fazer com que os países que detêm parte da floresta amazónica nos seus territórios possam estabelecer uma posição conjunta para a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que será realizada em novembro nos Emirados Árabes Unidos.

O chefe de Estado destacou que há muitas Amazónias “representadas” no encontro: “A Amazónia das florestas, dos trabalhadores, dos povos indígenas” e de seus “saberes ancestrais”.

“O facto de estarmos todos juntos aqui – governos, sociedade civil e academia, estados e municípios, parlamentares e lideranças – reflete a nossa firme intenção de trabalhar por esses três grandes objetivos”, acrescentou.

Os debates da Cimeira da Amazónia foram promovidos por representantes dos oito países do bloco e hoje as conversas serão estendidas aos países convidados, incluindo Indonésia, República do Congo e República Democrática do Congo, donos de grandes áreas de floresta tropical.

São Vicente e Granadinas também estão presentes nesta cimeira ampliada por ocupar atualmente a presidência ‘pro tempore’ da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), assim como a França, pela Guiana Francesa, Alemanha e Noruega, contribuintes do Fundo Amazónia, que promove projetos sustentáveis ​​na região.

A Cimeira da Amazónia é o quarto encontro de líderes da OTCA, criada em 1995 e integrada pelos oito países amazónicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), e o primeiro desde 2009.





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