Maia: projecto-piloto vai tornar taxa de resíduos sólidos mais justa (com VÍDEO)
A Câmara Municipal da Maia está a desenvolver um projecto-piloto de gestão de resíduos com base num contentor inteligente, que abre com uma chave específica e faz a leitura dos resíduos que ali se depositam. Desta forma, pretendem os autarcas, será mais fácil saber que quantidade de resíduos é produzida por uma família ou determinada comunidade, podendo mais fielmente prever as respectivas taxas a pagar.
O projecto, inédito em Portugal, segue uma tendência já existente no resto da Europa e Estados Unidos: os consumidores deverão apenas pagar pelos resíduos que produzem.
“O objectivo [destes contentores] é que, num futuro próximo, a tarifa de resíduos sólidos que hoje é paga pelos cidadãos passe a ser indexada à real quantidade de resíduos que é produzida por cada um, e não por associação ao consumo de água”, explicou ao Economia Verde Carlos Mendes, da Maia Ambiente.
Este princípio do poluidor-pagador levou a câmara maiata, há alguns anos, a introduzir a recolha selectiva e porta-a-porta. Os contentores residenciais possuem também um chip que permite monitorizar a quantidade de resíduos enviados para reciclagem.
“Cada casa tem quatro contentores – os três de reciclagem e um quarto para o lixo indiferenciado. A separação é feita em casa, como sempre, e depois colocamos nos respectivos contentores. A recolha tem dias próprios e marcados”, revelou ao Economia Verde uma moradora do concelho, Ana Barral.
A inovação na gestão de resíduos é estendida aos construtores civis. Quem constrói no concelho tem de ter um compartimento onde aloja os seus contentores. “A equipa da recolha do lixo tem acesso a esta porta e põe o contentor. Isto não existe em mais nenhum lugar, só na Maia”, explicou ao Economia Verde António Gonçalves Fernandes, presidente da Câmara Municipal da Maia.
Este ano, a taxa de reciclagem acumulada do município da Maia vai já nos 33%, um valor bastante superior ao da média portuguesa, que está nos 25%. “Temos uma escala ambiental, uma empresa municipal e fazemos acções de formação. Temos, inclusive, ecopontos próprios para os deficientes colocarem os resíduos sólidos – e vamos a casa deles”, continuou Gonçalves Fernandes. Veja o episódio 314 do Economia Verde.
Foto: Peter Kaminski / Creative Commons