Maioria das empresas portuguesas está a fazer alterações para combater custos da energia



Tendo em conta a tendência geral das empresas inquiridas, a grande preocupação atual é a crise energética, uma vez que que 77% das empresas estão a fazer alterações na atividade de modo a combater os custos da energia e mais de um quarto (26%) do total dos inquiridos descreveu essas mudanças como radicais. Esta é uma das principais conclusões do Barómetro Internacional da Inovação 2023 que inquiriu responsáveis de 846 empresas de 17 países, da Alemanha a Singapura, passando por Portugal, Canadá ou EUA.

Segundo a mesma fonte, o “aumento repentino e dramático dos preços da energia está a fazer com que as empresas procurem novas maneiras de reduzir custos”. A estratégia mais comum passa por procurar formas energeticamente eficientes de poupar, algo que 44% das empresas estão a fazer.

No entanto, as empresas também estão a recorrer a estratégias mais avançadas e drásticas, como procurar fontes alternativas de energia, no caso de 33% das empresas, ou procurar materiais alternativos – não derivados de combustíveis fósseis, solução adotada por 30% das empresas. As empresas estão ainda a repensar as cadeias de abastecimento, tanto em relação ao sítio onde obtêm os materiais, com 30% a fornecer materiais locais, como em relação à forma como os transportam, com 30% a repensar o seu processo logístico.

Maioria das empresas portuguesas não têm orçamento dedicado à inovação

Outra das principais conclusões deste Barómetro é que 67,9% das empresas portuguesas consideram que já fazem Investigação & Desenvolvimento suficiente mesmo que 28,3% admitam que não possuem um orçamento dedicado à inovação.

“Nesta edição do Barómetro Internacional da Inovação, percebe-se que grande parte da Inovação levada a cabo pelas empresas portuguesas é, ainda, financiada por recursos internos, sendo que apenas Espanha ultrapassa Portugal nesta matéria. Tendo os incentivos à Inovação uma divulgação significativa, esta situação poderá ser explicada pela desadequação dos nossos Incentivos Fiscais a períodos em que as empresas reportem resultados negativos, mas, também, pelo atraso na implementação do Portugal 2030”, explica Nuno Tomás, Managing Director da Ayming Portugal, citado em comunicado.

Outra conclusão a realçar passa pelo “número de empresas em Portugal que ainda não possui um orçamento dedicado à Inovação. Sendo esta uma atividade tão importante para as empresas nos curto e médio/longo prazos, a não-afetação de recursos a estas atividades, formalmente, parece um pouco contraditória”. “A autoavaliação que é feita pelas empresas portuguesas refere que estas consideram que já fazem I&D suficiente, algo que considero que poderá ser pernicioso, se aliado ao ponto anterior”, conclui o responsável.

 





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