Mais de 25 organizações convocam marcha pela Justiça Climática em Lisboa no dia 7 de novembro
Seguindo a convocatória da coligação internacional dos movimentos COP26 Coalition, vai realizar-se uma marcha em Lisboa no dia 7 de novembro, Domingo, às 15:00, do Martim Moniz até à Alameda, organizada pela plataforma Salvar o Clima.
A COP26 – Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas arrancou em Glasgow com poucas expectativas e fracas ambições para travar a crise climática.
“Problemas globais requerem soluções que incluam todos e todas nos diferentes níveis da sociedade. As decisões tomadas na COP26 vão moldar a forma como os governos respondem – ou não – à crise climática. Vão decidir quem é sacrificado, quem escapa e quem lucra. Até agora, os governos não fizeram muito e o preço da inação será caro. Os governos são coniventes com as empresas e escondem-se atrás de falsas soluções verdes (greenwashing) e de estratégias de mitigação e adaptação que não saem do papel. Deste modo, muitas populações estão já a sofrer as consequências deste descaso ambiental.”, pode ler-se no comunicado a que a Green Savers teve acesso.
A COP26 está a acontecer num momento crucial da história. Em todo o mundo e através de vários movimentos, “levanta-se uma nova vaga de resistência, solidariedade global e organizações de base. Temos uma oportunidade única de reformatar o nosso sistema, enquanto recuperamos da pandemia. Podemos intensificar a crise até ao ponto de não retorno ou criar as bases para um mundo justo onde as necessidades de todos/as são atendidas.”, alerta o mesmo comunicado.
”Não devemos entregar a nossa esperança de um planeta sustentável aos líderes mundiais nem às empresas. Nós, cidadãos e cidadãs, podemos exigir e construir um mundo melhor juntos/as.
As soluções transformadoras de que precisamos para sobreviver e construir um mundo mais justo só podem ser alcançadas através da ação coletiva, solidariedade e coordenação, das nossas comunidades locais e internacionais.”
Neste âmbito, no dia 7 de novembro, Domingo, às 15:00, mais de 25 organizações portuguesas estão a organizar a Marcha Mundial pela Justiça Climática em Lisboa, do Martim Moniz até à Alameda, percorrendo simbolicamente a ciclovia da Avenida Almirante Reis, ameaçada pela nova autarquia.
As manifestações a nível global vão acontecer maioritariamente no Sábado, dia 6. A organização da Marcha em Lisboa alterou a data para dia 7 em solidariedade com a manifestação antirracista “Justiça para Danijoy Pontes” marcada para o dia anterior.
Reivindicações da Marcha Mundial pela Justiça Climática
Sem eufemismos: não aos combustíveis fósseis, sem o discurso de emissões líquidas e sem soluções falsas
- Lutar por 1,5ºC
- Precisamos de zero emissões, não de zero emissões “líquidas”
- Deixar os combustíveis fósseis debaixo do solo: nenhum novo investimento ou infraestrutura de combustíveis fósseis
- Rejeitar soluções falsas: não aos mercados de carbono e tecnologias arriscadas e não comprovadas
Vamos reestruturar o sistema: Queremos uma Transição de Justiça agora!
- Vamos começar a Transição de Justiça
Justiça climática global: reparações e redistribuição às comunidades indígenas e ao Sul Global
- Distribuição justa, e esforço adequado pelos países ricos
- Cancelar as dívidas do Sul Global a todos os credores
- Financiamento climático baseado em subsídios para o Sul Global
- Reparações por perdas e danos já ocorridos no Sul Global