Mais de 80% dos residentes de Tuvalu pedem vistos para a Austrália

Mais de 80% dos residentes de Tuvalu, um arquipélago do Pacífico ameaçado pela subida do nível do mar, procuram vistos para a Austrália ao abrigo de um tratado assinado em 2024, de acordo com dados oficiais.
No total, 8.750 tuvaluanos solicitaram o primeiro lote de vistos, informou o Alto Comissariado Australiano, representando 82% dos 10.643 residentes do arquipélago.
A Austrália está a oferecer vistos a cidadãos tuvaluanos, no âmbito de um acordo de migração climática que Camberra classificou como “o primeiro acordo deste tipo no mundo”.
“Recebemos níveis de interesse extremamente elevados”, com 8.750 registos, afirmou a missão diplomática australiana em Tuvalu em comunicado.
Em junho, o primeiro-ministro de Tuvalu, um pequeno estado insular do Pacífico, alertou que, devido à subida do mar, mais de metade do território poderá estar submerso em 2050 e pediu financiamento para o programa de adaptação costeira.
Feleti Teo falava em Nice, França, no âmbito da Conferência das Nações Unidos sobre o Oceano (UNOC3), tendo afirmado que “o aumento do nível da água do mar é a grande ameaça para Tuvalu”.
“Em 2050, 60% de Tuvalu estará coberto pelo mar, será um grande desastre. Ponham-se na minha situação”, alertou.
“O nosso território está comprometido, não temos opção, não há montanhas para onde nos possamos mover”, afirmou, referindo que o país está a sentir o efeito das alterações climáticas que provocam a subida do nível da água do mar.
Ao abrigo de um tratado com Camberra para fazer face ao problema, os primeiros tuvaluanos (cerca de 300) vão poder candidatar-se a viver na Austrália, recordou.
O pequeno país é constituído por nove ilhas de coral e tem 11.000 habitantes.