Mais de metade dos europeus dizem que transição ecológica não está a ser suficientemente rápida



A transição ecológica, para economias e modos de produção e consumo menos prejudiciais para o planeta, é apontada como uma das principais estratégias para evitar o colapso dos sistemas vitais da Terra. Sem essa transformação, continuaremos a contaminar a atmosfera com gases poluentes, a envenenar os rios, lagos, mares e os solos, a perder biodiversidade e habitats cruciais.

Contudo, de acordo com o mais recente Eurobarómetro, mais de metade (58%) dos cidadãos europeus considera que essa transição não está a acontecer tão rapidamente quanto gostariam, sendo que 73% acredita mesmo que os prejuízos causados pelos efeitos das alterações climáticas, como secas, ondas de calor e incêndios cada vez mais intensos e frequentes, serão muito maiores do que o investimento que é preciso fazer para concretizar a transição ecológica.

Segundo a análise, 93% dos europeus inquiridos acredita que a crise climática é um dos principais problemas que hoje o mundo tem pela frente, e 88% defende que as emissões de gases com efeito de estufa “devem ser reduzidas ao mínimo”, para que a Europa possa alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

Para tal, é preciso acelerar o abandono dos combustíveis fósseis, com 87% dos europeus a considerarem que a União Europeia precisa de estabelecer “metas ambiciosas” para aumentar a representatividade das energias renováveis no quadro geral da produção energética, sendo que outros tantos respondentes defende que a região deve agir para melhorar a eficiência energética dos países, através, por exemplo, de incentivos ao isolamento térmico das casas, à compra de painéis fotovoltaicos e à aquisição de carros elétricos.

O inquérito mostra ainda que 93% dos europeus dizem já ter tomado medidas individuais para reduzirem as suas contribuições para as alterações climáticas. Além da responsabilidade individual, entre 53% e 56% considera que cabe aos governos nacionais, às empresas e à própria UE colocarem no terreno as medidas necessárias para aplacar a crise climática.

Para Frans Timmermans, vice-presidente executivo do Pacto Ecológico Europeu, “os cidadãos europeus compreendem a ameaça das alterações climáticas e continuam a apoiar a ação climática da UE, dos governos nacionais, das empresas e dos indivíduos.

Em comunicado, o responsável mostra-se convicto de que os europeus “reconhecem os riscos a longo-prazo das crises climática e da biodiversidade”, cientes também “da oportunidade que temos para criar um futuro mais brilhante, saudável e seguro se agirmos agora para concretizar a transição ecológica”.

Timmermans diz que agora “cabe aos políticos e aos legisladores” ouvirem as opiniões e apelos dos europeus, e passarem das palavras às ações concretas.





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