Malária. Utilizar redes mosquiteiras nos primeiros anos de vida garante proteção a longo prazo
Um estudo realizado na Tanzânia, sugere que a utilização de redes mosquiteiras na cama dos bebés e em crianças até aos 5 anos de idade, garante uma vantagem de sobrevivência e de imunidade. Estes dados contrariam a ideia errada de que esta medida de prevenção pudesse impedir o desenvolvimento de imunidade e aumentasse o risco de contrair malária em idade adulta.
Para a investigação, foram analisadas informações de 5.983 participantes que nasceram entre janeiro de 1998 e agosto de 2000, mediante a utilização de redes mosquiteiras com inseticidas durante os primeiros anos de vida. Os resultados demonstraram que as crianças que dormiram com esta ferramenta, tiveram uma vantagem de sobrevivência de 40% em comparação às que não utilizaram. Como foram protegidas durante a idade em que eram mais vulneráveis, isso trouxe benefícios na idade adulta.
Como explica Pedro Alonso, diretor do Programa Global de Malária da Organização Mundial da Saúde (OMS), na revista Science, estes dados demonstram que a vacina da malária pode oferecer proteção – ainda que incompleta – e que mesmo as ferramentas imperfeitas “têm um impacto duradouro na vida das pessoas”. De acordo com a OMS, em 2020 existiram cerca de 241 milhões casos de malária e 627 mil mortes pela doença em todo o mundo.