Malásia: surto raro de malária poderá estar ligado à desflorestação



Na Malásia, uma forma rara de malária causada pelo parasita Plasmodium knowlesi está a provocar mais doentes que os restantes parasitas da família Plasmodium, sendo responsável por 68% dos casos de malária identificados em 2013 no país.

Embora a teoria ainda não esteja provada, Balbir Singh, director do Centro de Investigação da Malária da Universidade Malásia Sarawak, acredita que a desflorestação está a colocar os primatas do género Macaca – hospedeiros comuns do parasita – em maior contacto com os humanos, resultando num aumento da transmissão do parasita entre as espécies.

Segundo um estudo publicado em 2013 na Science, a Malásia perdeu cerca de 14% das suas florestas entre 2000 e 2012. A desflorestação ocorreu principalmente devido à exploração de madeira e transformação das florestas em plantações de óleo de palma.

“Esta é uma forma de malária que no passado raramente era vista em pessoas, mas hoje, em algumas das áreas mais remotas do país, todos os casos de malária nos indígenas com que temos contacto são causados pelo parasita Plasmodium knowlesi. Se o número de casos continuar a aumentar, a transmissão entre humanos através dos mosquitos será uma possibilidade”, indica Singh, cita o Inhabitat.

Embora não seja considerado o parasita da família Plasmodium mais mortífero, o Plasmodium knowlesi possui uma grande velocidade de replicação, apenas 24 horas – ao passo que outros parasitas da mesma família demoram 48 ou 72 horas a replicarem-se. A rápida replicação do parasita dificulta bastante o teste e diagnóstico de pacientes antes que a doença se instale no organismo. A grande velocidade de multiplicação permite ainda à doença espalhar-se mais rapidamente.





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