Maré negra provoca desastre ambiental na Grécia



Está em curso uma operação de emergência para limpar um derramamento de óleo provocado pelo naufrágio de um petroleiro ao largo da ilha de Salamína, 25 quilómetros a oeste de Atenas.

Só na quinta-feira, quatro dias depois, do “Agia Zoni II”, um navio de 45 anos com bandeira grega, ter ido ao fundo é que as autoridades locais fecharam as praias, alegando riscos para a saúde pública.

Várias associações ambientalistas já apontaram o dedo às autoridades gregas por não terem conseguido dar uma resposta rápida e eficaz. “Este derrame aconteceu perto do maior porto do país (Pireu), a poucos quilómetros do centro operacional do ministério responsável por este tipo de desastres”, disse Dimitris Ibrahim, director da Greenpeace na Grécia. Já a WWF demonstrou incompreensão pelo facto de “um país com tão grande tráfego de petroleiros ser tão incapaz de proteger suas praias de um incidente em pequena escala”.

O ministro do Interior, Panagiotis Kouroublis, que não interrompeu sua viagem a Londres, apesar do incidente, disse à agência de notícias grega ANA que “tudo será limpo em 20-25 dias”.

No entanto, nem todos pensam assim. Para a presidente da câmara de Salamína, “este é um grande desastre ambiental”. “Claramente, o perigo [da poluição] não foi adequadamente medido, as correntes mudaram o curso do derrame”.

As declarações são contraditórias e há cada vez mais acusações ao governo, dizendo que as autoridades não apenas subestimaram a escala do derramamento, como também perderam um tempo valioso até começar a agir. Alguns responsável consideram que a limpeza poderá durar quatro meses – muito mais do que os 20 dias estimados por Kouroumblis. No subúrbio de Glyfada, onde foram instaladas barragens flutuantes e produtos químicos ​​para dissolver o derramamento, já foram retiradas 28 toneladas de combustível de uma única praia.

Grupos ambientais, citados pelo The Guardian, alegam que este desastre demonstra os perigos subjacentes ao desejo demonstrado pela Grécia em explorar depósitos de petróleo e gás natural. “Se as autoridades não conseguem gerir um incidente relativamente ‘controlável’  às portas do maior porto do país, é difícil imaginar como um incidente muito maior numa plataforma de petróleo seria tratado”, revelou Dimitris Karavellas, responsável pelo WWF Grécia. “Como sempre dissemos, o futuro da exploração petrolífera e de gás natural na Grécia não é o caminho mais seguro”.

Foto: Greenpeace (via Facebook)





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