Maria Bicicleta: o projecto que vai transformar Lisboa numa cidade de mulheres ciclistas (com VÍDEO)
Caros leitores, vamos dar-lhe um conselho: se entrar no site Maria Bicicleta não vai conseguir sair de lá tão cedo e, muito provavelmente, terá de ler a última frase da última ciclista urbana entrevistada por Laura Alves e Vitorino Coragem.
O viciante projecto dos dois ciclistas urbanos procurou 20 mulheres que utilizam a bicicleta no seu dia-a-dia, pondo a nu os seus medos iniciais e angústias de pedalar no meio do caos automóvel lisboeta, mas também as alegrias contagiantes e que possam influenciar outras a tornarem-se amantes das duas rodas – sem motor.
O site é um conjunto de textos e fotos sobre estas mulheres, de forma a mostrar que o ciclismo urbano não tem sexo, estação meteorológica ou geografia. “Fizemos questão que o processo fotográfico decorresse com o máximo de naturalidade possível”, explicou ao Economia Verde Vitorino Coragem.
“Cheguei à conclusão de que vir de carro para Lisboa é uma péssima opção. O meu namorado tinha uma bicicleta, começou a vir de bicicleta para o emprego e desafiou-me a fazer o mesmo”, explicou ao Economia Verde Cátia Fonseca, que há um ano trocou o carro pela bicicleta e que demora entre 15 ou 20 minutos a chegar a Lisboa, dependendo da vontade em pedalar.
“Rendi-me imediatamente”, continua Cátia, que pouco tempo depois vendeu o carro. E nem o mau tempo é desculpa. “Se tiver a nevar ou a cair granizo, eventualmente posso vir de autocarro. Caso contrário, uso o casaco e calças impermeáveis e não há chuva que meta medo. Não há mau tempo, há mau equipamento”, conclui.
Esta ciclista urbana pagava €50 por mês em combustível, fora o custo do seguro e outras manutenções. Portugal é o país europeu com menos ciclistas urbanos, por isso a tendência só pode ser de crescimento – e projectos como a Maria Bicicleta podem ajudar a mudar a nossa mentalidade.